O vereador por Cuiabá Lúdio Cabral, que é candidato a deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT), e a advogada Sayonara Arruda, assessora parlamentar do deputado estadual Mauro Savi (PR), candidato à reeleição, conversaram com jornalistas na última quarta-feira (29.09) à noite na sede do Sindicato que representa a categoria. O bate-papo foi fruto de nota oficial emitida pelo Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor-MT) a todos os candidatos e candidatas expondo suas bandeiras de luta e pedindo apoio parlamentar para elas. Os presentes avaliaram que a conversa foi muito boa. Alguns deputados que manifestaram interesse em participar desse diálogo não compareceram.
Alguns dos problemas identificados pela categoria foram expostos a Cabral. A jornalista Márcia Oliveira lamentou a falta de mestrado, doutorado e pós-graduação de modo geral e disse que isso reflete na qualidade da imprensa no Estado. Ela vê um desânimo dos que escolheram esta profissão, devido aos ataques rotineiros que o trabalhador da imprensa sofre, que vão desde assédio moral até censura. Ela também entende que a queda da obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo atingiu a autoestima da categoria. Alguns já pensam em mudar de ramo.
Lúdio disse que convive muito com jornalistas e tem a impressão de que “a maioria deles são pessoas de bem, embora haja aqueles que já vestiram a camisa do outro lado”.
Ele questionou a cobertura política realizada pelos grandes jornais e TVs. “Não sei se isso pode ser chamado de imprensa”.
Ele também criticou a seguinte contradição: “A prefeitura gasta R$ 8 bi com comunicação social por ano e mesmo assim não tem uma assessoria de imprensa eficiente e organizada, que dê transparência às ações do executivo".
A presidente do Sindjor-MT, Keka Werneck, disse que a Prefeitura usa poucos instrumentos da comunicação social popular para dialogar e educar a sociedade. “Não há um jornal comunitário, digno, que chegue aos bairros”.
Lúdio também criticou a parcialidade dos grandes meios de comunicação.
O jornalista e professor Álvaro Marinho lembrou que o papel central do jornalista é ser interlocutor. E destacou a importância da sociedade discutir sobre os processos de comunicação, que acontecem o tempo todo.
Caso seja eleito, Lúdio disse estar interessado em abrir espaços para a sociedade discutir sobre mídia e a informação de qualidade como direito humano, em audiências públicas por exemplo. Essas audiências, segundo ele, podem ser realizadas dentro da AL ou fora.
Já a assessora parlamentar do deputado Mauro Savi levou ao debate um pré-projeto de criação do Conselho Estadual de Comunicação Social e todos os presentes acharam a idéia excelente. Esta é inclusive uma das reivindicações da I Conferência Nacional de Comunicação, realizada em dezembro do ano passado, em Brasília, envolvendo movimentos sociais de todo o país.
Sayonara garantiu ao Sindjor-MT que a entidade poderá fazer os ajustes que achar necessários no projeto e indicar as cadeiras para compor o conselho que, segundo ela, teria força para criar, por exemplo, uma carreira específica na área de Comunicação Social dentro do Governo do Estado.
O Conselho, se for criado, será um indicador de políticas sociais de comunicação.
A preocupação com este Conselho, conforme colocou a presidente do Sindjor-MT, é a mesma com relação a todos: a cooptação política. Mas ela disse também que cabe à sociedade impedir que isso ocorra.
A assessora disse ainda que, sendo reeleito, o deputado irá se colocar a disposição para dialogar com o Sindicato, para fechar o pré-projeto.
A Direção
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