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6 de mar. de 2009

Formad se articula em favor do meio ambiente



"A natureza não faz milagres; faz revelações." (Carlos Drummond de Andrade)

Quais ações serão necessárias para que a natureza de Mato Grosso não seja tão lesada, este ano, quanto tem sido historicamente? Ambientalistas ligados a entidades que compõem o Fórum Matogrossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad) se reuniram ontem e hoje (3 e 4), em Cuiabá, no auditório do Sintep, para pensar uma resposta capaz de fazer parar as máquinas de destruição ambiental e humana.

O Formad existe desde 1992 e é hoje o principal interlocutor entre os movimentos sociais ambientais e o Governo do Estado.

O Sindicato dos Jornalistas está se alinhando com o Formad, no sentido de qualificar a categoria para o assunto, pouco divulgado e explorado muitas vezes superficialmente pela grande mídia. E sem qualquer viés político-social. Mesmo estando nós dentro de um dos Estados mais importantes quanto à questão ambiental. A proposta é fazer debates sobre meio ambiente, que culminem com o congresso sobre o assunto, previsto para este ano.

Os assuntos elencados como chave pelo Formad são: Zoneamento Socioeconômico Ecológico de Mato Grosso (ZSEE), BR-163, comunidades tradicionais, PAC (usinas hidroelétricas e pavimentação), programa de combate ao desmatamento, Femam, Consema, unidades de conservação, agrotóxicos, programa de defesa dos protetores dos defensores dos direitos humanos, alternativas de desenvolvimento, sinergia e governança florestal.

“Mato Grosso é um dos estados campeões em uso de agrotóxicos, legais e ilegais”, destaca Fátima Moura, da ONG Fase. Perguntada sobre quais ações efetivas existem no sentido de coibir o uso indiscriminado de venenos em Mato Grosso, ela responde: “Que eu conheça muito poucas. E não há uma política pública voltada para isso”. A responsabilidade disso, na visão dela, é dos agropecuaristas e do Governo do Estado, que não faz um monitoramento adequado.
Quem milita na área ambiental, na contramão dos interesses do agronegócio, corre riscos. Para Inácio Werner, do Centro Burnier Fé e Justiça, é preciso desenvolver um programa que proteja vidas e que o Estado assuma a responsabilidade de garantir a segurança de possíveis vítimas da violência no campo. “Tem muita gente ameaçada por conta dos seus trabalhos”, afirma Werner.

O desmatamento fora de controle é, para a bióloga Karin Kaechele, um grande foco de preocupação. Representando o Instituto Centro Vida (ICV) no Formad ela diz que há entraves em licenciamentos, que é preciso observar se a infra-estrutura da Sema é suficiente para fiscalizar e treinar fiscais, entre outras questões que fazem manter o desmate nessas condições.

Para o secretário executivo do Formad, o jornalista André Alves é importante definir estratégia de ação anual. “A situação está melhor do que já foi. Depois da Operação Curupira, em 2005, (que desmantelou máfia ambiental em Mato Grosso), tem melhorado a comunicação entre movimentos ambientais e o Governo. Mas, por conta do Formad estar pressionando para avanços, parece que a entidade está incomodando o Governo, que estaria querendo exclui-lo dos processos. Mas o que queremos mostrar é que estamos dialogando, com propostas. Se a gente continua o diálogo, a gente avança”.

Quanto às críticas feitas Governo do Estado, não houve retorno da Assessoria de Imprensa, após dois dias de espera.

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