Caros colegas,
segunda-feira, 7 de abril, Dia do Jornalista,
o Sindjor-MT deseja que dentro de cada um de nós, entre as demais reflexões possíveis sobre o que seja ser jornalista, propícias para a data, seja feita também a reflexão de que somos pessoas comuns, e não deuses, de que somos passíveis de erros, e não donos da verdade, de que somos trabalhadores, e não artistas de novela. De que somos importantes demais para o andamento do país, do Estado, das cidades, para abdicarmos desta responsabilidade. De que somos, juntos, categoria.
PARABÉNS PELAS BATALHAS DIÁRIAS, E FIRMEZA NO ENFRENTAMENTO A MUITOS LEÕES POR DIA QUE CADA UM DE NÓS TEM QUE DERRUBAR.
Mais informações sobre a data no site www.fenaj.org.br
Keka Werneck
Presidente do Sindjor-MT
Homem Comum
Ferreira Gullar
Sou um homem comum
de carne e de memória
de osso e esquecimento.
e a vida sopra dentro de mim
pânica
feito a chama de um maçarico e pode subitamente
cessar. Sou como você
feito de coisas lembradas
e esquecidas
rostos e
mãos, o quarda-sol vermelho ao meio-dia
em Pastos-Bons
defuntas alegrias flores passarinhos
facho de tarde luminosa
nomes que já nem sei
bandejas bandeiras bananeiras
tudo
misturado
essa lenha perfumada
que se acende
e me faz caminhar
Sou um homem comum
brasileiro, maior, casado, reservista,
e não vejo na vida, amigo,
nenhum sentido, senão
lutarmos juntos por um mundo melhor. Poeta fui de rápido destino. Mas a poesia é rara e não comove nem move o pau-de-arara.
Quero, por isso, falar com você,
de homem para homem,
apoiar-me em você
oferecer-lhe o meu braço
que o tempo é pouco
e o latifúndio está aí, matando.
Que o tempo é pouco e aí estão o Chase Bank, a IT & T, a Bond and Share, a Wilson, a Hanna, a Anderson Clayton, e sabe-se lá quantos outros braços do polvo a nos sugar a vida e a bolsa
Homem comum, igual
a você, cruzo a Avenida sob a pressão do imperialismo.
A sombra do latifúndio
mancha a paisagem
turva as águas do mar
e a infância nos volta
à boca, amarga,
suja de lama e de fome.
Mas somos muitos milhões de homens comuns
e podemos formar uma muralha
com nossos corpos de sonho e margaridas.
(Brasília, 1963)
Um comentário:
Parabéns para todos nós colegas de profissão.
Que consigamos realizar todos os nossos objetivos nesta luta e em outras que estão por vir.
Viviane
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