Escritor mato-grossense é reconhecido e elogiado por grandes nomes da literatura do país e internacional
Ricardo Gulherme Dicke, homem de vida simples e talento admirável
Ricardo Gulherme Dicke, homem de vida simples e talento admirável
Maria Angélica de Moraes / Editora do Vida
O escritor mato-grossense Ricardo Guilherme Dicke está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) há três dias. Ele teve parada cardio-respiratória e, segundo o boletim médico divulgado às 11h da manhã de ontem, a falta de oxigenação em grandes áreas do cérebro levou à paralisia do mesmo e a um estado irreversível. As informações foram dadas por um sobrinho que acompanha o caso de perto e também pela esposa Adelia.
"Dicke trouxe muitas divisas para o estado pois é um homem de vidas internacionais", disse a artista plástica Vitoria Basaia, uma das amigas próximas do escritor. "Apesar de ser um homem de vida simples ele e sua obra representam muito para a cultura como um todo", completou. Levando em consideração o estado crítico em que se encontra, Vitória e outros amigos do escritor agora tentam fazer com que ele receba homenagens justas à altura do que representa para a literatura brasileira e internacional.
O escritor é apontado por alguns dos principais críticos literários do Brasil como um dos mais talentosos autores brasileiros. Costuma-se dizer que ele foi descoberto por ninguém menos que Guimarães Rosa, um admirador confesso de sua obra. O livro Madona dos Paramos é constantemente comparado ao clássico brasileiro Grande Sertão Veredas.
Entre os grandes nomes da literatura brasileira que reconhecem a obra e o talento de Dicke estão Hilda Hilst, para quem o escritor mato-grossense se encontra no mesmo patamar de Machado de Assis. "Ricardo Guilherme Dicke é o maior escritor vivo do Brasil", disse certa vez o cineasta Glauber Rocha. "Pena que seu talento fantástico não é conhecido por todos, pois ele fez a opção de ficar fora do eixo Rio-São Paulo", observou a escritora Nelida Piñon que fez questão de conhecer o autor em 2006 quando esteve em Cuiabá por ocasião da Literamérica.
Mas não é só no Brasil que o talento de Dicke cativou admiradores. Em 2006 sua obra foi adaptada e encenada no teatro europeu, mais precisamente em Portugal, terra do Nobel da Literatura José Saramago (presenteado com os romances Rio Abaixo dos Vaqueiros e O Salário dos Poetas). Assim como no Brasil grupos teatrais se inspiraram na obra de Dicke para subir ao palco a companhia O Bando, de Portugal, levou O Salário dos Poetas para o teatro sob a direção do competente João Brites que conheceu o trabalho do escritor por meio do cineasta Amauri Tangará.
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