CHEGA DE ESCRAVIDÃO !!!
As reportagens que serão selecionadas terão de ser inéditas e veiculadas em rádios, jornais impressos, telejornais, revistas ou sites de notícias de todo o país, no período de oito de agosto deste ano até fevereiro de 2009.
Os jornalistas que trabalham em empresa de comunicação no país poderão concorrer ao prêmio, mas o enfoque da notícia terá de ser a realidade do trabalho escravo no Estado de Mato Grosso, que ocupa o segundo lugar no ranking nacional de trabalhadores resgatados. Somente neste ano já foram resgatados quase 300 trabalhadores pelos grupos móveis nacional e estadual de erradicação a essa forma de crime.
O Prêmio Nacional Dom Pedro Casaldáliga pela Erradicação do Trabalho Escravo em Mato Grosso é uma iniciativa do Ministério Público do Trabalho e do Ministério Público Estadual, e conta com o apoio da FENAJ – Federação Nacional de Jornalistas, do SINDJOR – Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso, da AMATRA23 – Associação dos Magistrados do Trabalho, da Associação dos Promotores de Justiça do Estado e da Superintendência Regional do Trabalho/ SRTE/MT.
*O lançamento do prêmio será* *em Cuiabá, dia 7 de agosto*, no auditório do Ministério Público Estadual, quando será divulgado o regulamento da premiação. Na ocasião serão desenvolvidas atividades culturais relacionadas à questão do trabalho escravo. Fazem parte da programação a exposição de fotos de resgate de trabalhadores em fazendas de MT, reportagens divulgadas em jornais impressos da região, desempenho da artista plástica e jornalista Vitória Basaia, a apresentação do coral do SINDJOR e de um grupo de militantes que são integrantes do MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O objetivo da criação desse prêmio é fomentar a produção de reportagens que, de alguma forma, venham a contribuir para esclarecer o que é o trabalho escravo, os focos de sua ocorrência em Mato Grosso, os motivos pelos quais essa chaga social ainda persiste nos dias atuais, entre outros enfoques que façam com que a sociedade saiba mais sobre o assunto e para que haja uma mudança de cultura e de comportamento que auxiliem o poder público a erradicar esse crime.
“É necessário o envolvimento direto da sociedade como um todo no sentido de conscientizar-se acerca da gravidade do problema, pois a repressão é uma medida drástica que combate o crime, após a sua ocorrência, mas apenas ela não basta. Precisamos reforçar a prevenção, por meio da educação e do respeito do próximo enquanto ser humano igual e detentor dos mesmos direitos naturais e constitucionais. E uma das principais formas de prevenir é bem informar a sociedade acerca dos problemas existentes. Daí a importância e o poder do papel desempenhado pelos meios de comunicação, os quais, ao bem exercer esse papel, contribui decisivamente para a transformação da realidade”, acrescentou o Procurador do Trabalho e Coordenador do prêmio, Rafael de Araújo Gomes.O prêmio recebeu o nome de *Dom Pedro Casaldáliga, Arcebispo Emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia, *que em 1971 denunciou pioneiramente a existência de trabalho escravo no Brasil, na região noroeste de MT, também conhecida como “Vale dos Esquecidos”.
Em muito graças ao trabalho de Dom Pedro Casaldáliga, o Brasil acabou reconhecendo a existência desse problema internamente e perante as organizações internacionais de defesa dos direitos humanos, como a OIT e a ONU, passando a combater essa prática criminosa por intermédio do grupo móvel nacional do Ministério do Trabalho e Emprego.Dom Pedro Casaldáliga, então Bispo de São Félix do Araguaia, em manifesto escrito na década de 70 intitulado “Uma Igreja da Amazônia em Conflito com o Latifúndio e a Marginalização Social”, ou como ele também chamou como sendo “O Grito da Igreja da Amazônia” denunciava ao mundo que o “sertanejo é a vítima da ganância alheia, da inconsciência dos patrões, da exploração dos trêfegos políticos que na região aparecem de eleição em eleição (...). Esse infeliz, sobejo das pragas e das verminoses, vive na penumbra de um futuro incerto. Indiferentemente a tudo, eles vão ganhando o pão de cada dia, pois para eles só existem dois direitos: o de nascer e o de morrer.”
*Premiação terá valores nunca pagos *
As melhores matérias jornalísticas vão concorrer a prêmio em dinheiro cuja origem é de ações judiciais e termos de ajustamento de conduta, nas quais se previu a obrigação de empregadores em pagar indenização a título de danos morais coletivos. No total será destinada a importância de R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais), divididos para as seguintes categorias: rádio 40 mil reais, televisão 40 mil reais, jornal impresso 40 mil reais, revista 40 mil reais e site de notícia 20 mil reais, para o primeiro colocado. Os segundos colocados em cada categoria serão premiados com notebooks.Essa é uma forma que as entidades organizadoras do concurso encontraram para reverter parte das indenizações coletivas em prol da formação da opinião pública a respeito do trabalho escravo, por intermédio dos meios de comunicação que têm papel fundamental nesse processo de transformação da realidade social vivida em Mato Grosso.A entrega dos prêmios será feita no *dia 11 de março de 2009*, pelos componentes da Comissão Julgadora das reportagens.
A inscrição das matérias deverá ser feita via internet no seguinte endereço http://www.mp.mt.gov.br/ <http://www.mp.mt.gov.br/> a partir do *dia 8/08/2008*, preenchendo-se uma ficha de inscrição e consultando-se todo o regulamento do prêmio. Maiores informações poderão ser obtidas nos telefones: (65) 3613 9140 (Ministério Público do Trabalho) ou (65) 3613 1632 (Ministério Público do Estado de Mato Grosso).*
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