O Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor-MT) manifesta seu repúdio à conduta do colégio Salesiano São Gonçalo em permitir que funcionários coloquem trabalhadores da comunicação em situação vexatória e humilhante. O fato se agrava por se tratar de uma entidade de ensino que conquista clientes (pais e alunos) que acreditam na Missão Salesiana, que prega a "construção do Reino de Deus nesta terra sonhada por Dom Bosco". Será que agir com truculência, expor um trabalho a humilhação e fazer ameaças são ações que estão de acordo com essa missão salesiana?
Na última sexta-feira (31), o repórter fotográfico do jornal Diário de Cuiabá, Pedro Alves, trabalhava na rua em frente ao colégio São Gonçalo, um dos maiores da capital, na tentativa de conseguir uma foto que ilustrasse uma matéria sobre a inadimplência em escolas privadas. Enquanto tirava a foto, Pedro foi abordado com truculência por um segurança do colégio que tentou tomar sua ferramenta de trabalho: a máquina fotográfica, e deletar as fotos de um dia inteiro de trabalho. O segurança, ainda, solicitou a identificação do fotógrafo, prontamente Pedro apresentou a carteira da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que tem validade em todo o território nacional, inclusive podendo substituir a carteira identidade. Porém o segurança disse que aquele documento não tinha valor algum.
Na tentativa de manter um diálogo, o fotógrafo explicou o que fazia no local, foi até o carro para mostrar o crachá da empresa, e mesmo assim o segurança mantinha o ar ríspido. A cena foi vista por alunos, professores e pais que buscavam seus filhos na escola. E não sabemos a que tipo de julgamento Pedro foi submetido e quais eram as acusações que lhe pesavam. Por fim, o segurança, tomado pelo poder de polícia que não tem, deu ordem de prisão a Pedro, que foi cercado por um segundo e terceiro seguranças. O fotógrafo foi levado a uma sala e detido por cerca de meia hora. Após intervenções de um colega, que já atuou como assessor de imprensa no Colégio, o fotógrafo foi liberado.
Pedro registrou boletim de ocorrência na Polícia Militar (por conta da greve na Polícia Civil) e pretende processar o colégio São Gonçalo, que ainda divulgou uma nota preconceituosa ao explicar que agiu da forma que agiu pelo fato do trabalhador 'não apresentar perfil de jornalista'.
O Sindjor repudia ainda à conduta do colégio São Gonçalo por cercearem o trabalhador de exercer sua profissão e por não respeitar a entidade que representa a categoria dos jornalistas nacionalmente. Isso não pode ser postura de uma empresa do setor educacional.
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