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9 de jan. de 2009

O massacre de Israel sobre o povo palestino: entenda o conflito no Oriente Médio

ENTENDA O CONFLITO NA FAIXA DE GAZA

Aliados do governo de Israel insistem em declarar que os ataques são defensivos e não ofensivos, recusando-se a reconhecer o óbvio: está em curso o holocausto palestino

O responsável pela crise no Oriente Médio é o imperialismo estadunidense e todos os que se calam e se omitem, diante dessa barbárie. Imagine se suas famílias fossem expulsas das suas casas e terras, do lugar onde seus antepassados viviam há séculos, para que um novo país se erguesse? Imagine, então, o seu povo, vivendo em campos de refugiados, submetido a humilhações e torturas. Essa é a realidade do povo palestino, sobretudo desde a criação do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948. Data que ficou conhecida como "Nakba", o dia do horror. Os palestinos acreditam que o governo de Israel quer promover uma "limpeza étnica", eliminando da face da Terra todo o seu povo.
A criação do Estado de Israel acontece logo depois da 2ª Guerra Mundial, quando o mundo ainda estava sob a comoção do massacre aos judeus, promovido pelo nazismo. Então, duas promessas foram feitas: a de erguer o estado sionista de Israel e a de delimitar o território palestino. Mas só a primeira parte se cumpriu. A outra parte, a criação do Estado Palestino, até hoje não se materializou.
Os palestinos perseguidos se refugiaram, sobretudo, na Faixa de Gaza, um estreito pedaço de terra, com cerca de 45 quilômetros de comprimento e 10 de largura, limitada por Israel e pelo Egito. Gaza, nome da principal cidade da região, absorveu um quarto das centenas de milhares dos refugiados palestinos expulsos das áreas que hoje fazem parte de Israel.
Há 60 anos, a região tem vivido em estado permanente de guerra, alimentada pelos interesses do imperialismo estadunidense no Oriente Médio. Os aliados do governo de Israel insistem em declarar que os ataques são defensivos e não ofensivos, recusando-se a reconhecer o óbvio: está em curso o holocausto palestino.
Mesmo entre os judeus, há quem acuse Israel de promover um genocídio na região, como é o caso do historiador israelense e ex-chefe do Departamento de Ciências Políticas da Universidade de Haifa, Ilan Pappé. O historiador confirma que, no dia 23 de dezembro de 2008, o Hamas havia se comprometido com a trégua, desde que o bloqueio econômico a Gaza fosse suspenso. No dia 26 de dezembro, o governo de Israel autorizou, temporariamente, a entrada de suprimentos em Gaza. Traiçoeiramente, no dia seguinte, 27 de dezembro, iniciou o bombardeio.
Conta-se que em um intervalo de quatro minutos, mais de cem bombas foram disparadas contra mais de cem alvos do Hamas. Os ataques começaram às 11h30, com as ruas cheias, o que evidencia a intenção de matar o maior número possível de pessoas. Ao final daquele primeiro dia de bombardeios contavam-se 200 mortos e 700 feridos. A força aérea israelita havia destruído casas, hospitais, universidades, escolas, prédios públicos, mesquitas, redes de água e os túneis por onde passavam a comida e os remédios. No dia 3 de janeiro, Israel inicia o ataque por terra, para completar o holocausto. É a chamada "Operação Chumbo Grosso".

Compreendendo o conflito: um pouco da história recente
Em 2005, o então primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, executou um plano de retirada dos oito mil colonos israelenses da Faixa de Gaza, bem como das tropas que os protegiam. Em setembro, a retirada israelense foi concluída. Mas o plano também previa que Israel continuaria a controlar o espaço aéreo de Gaza, seu mar territorial e todos as passagens de fronteira. Dessa forma, o governo de Israel passou a impedir a entrada de alimentos, combustíveis, água e medicamentos, colocando em risco a vida de toda a população palestina na Faixa de Gaza.
Os territórios povoados por palestinos foram "cercados" pelas colônias judias e os governos israelenses, tanto trabalhistas quanto likudistas, só fizeram aumentar o número dessas colônias, inviabilizando de fato a possibilidade de constituição de um Estado palestino. Isto levou ao fracasso nas negociações para determinar um status definitivo para os territórios palestinos.
Em 2006, o Hamas vence as eleições legislativas na Palestina. O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, pertence ao Fatah. Divergências políticas entre as duas facções geram violentos confrontos que se estendem até o início de 2007, quando os líderes dos grupos rivais concordam, em março daquele ano, em formar um governo de coalizão. Mas o Hamas acaba por assumir o controle da Faixa de Gaza, expulsando o Fatah (que mantém o domínio sobre a Cisjordânia). As regiões controladas pelo Hamas sofrem boicote econômico, sob a alegação de que não reconhecerem o Estado de Israel.
Em junho de 2008, representantes do Hamas e do governo israelense chegam a um acordo de cessar-fogo na região, mediado pelo Egito, com duração de seis meses, e que expirou no dia 19 de dezembro. O grupo palestino decidiu não renová-lo, por entender que Israel não havia cumprido a sua parte no acordo, que era suspender o bloqueio econômico imposto à Faixa de Gaza.

Todos ao ato de quinta, 8, na Cinelândia, às 15h
Diante dos ataques israelenses, que não cessam, desde o final do ano passado, provocando milhares de mortes e incalculáveis perdas, o Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino no Rio de Janeiro conclama: "Todo apoio à Resistência Palestina; Integração à Campanha Internacional de Boicote aos produtos e corporações sionistas; Campanha contra o cancelamento do Tratado Comercial entre o Brasil e Israel; E que o Brasil rompa diplomaticamente com o Estado terrorista de Israel". Centenas de entidades, movimento sociais e sindicais prometem aderir ao ato público.

Fonte: Agência Petroleira de Notícias


Mais de mil participam de ato de solidariedade à Palestina no Rio
Fonte: Agência Petroleira de Notícias

Cerca de mil pessoas participaram de um comovente ato público nesta quinta, 8, na Cinelândia, no centro do Rio, em solidariedade à luta do povo palestino. Da Cinelândia, os manifestantes saíram em passeata até a porta do Consulado dos Estados Unidos. Em protesto, jogaram sapatos sobre as paredes do consulado, num gesto simbólico de repúdio ao imperialismo estadunidense, que lembrou a sapatada atirada contra o presidente George W. Bush. As bandeiras dos Estados Unidos e de Estado terrorista de Israel foram queimadas.
Ao mesmo tempo em que a população do Rio se manifestava em apoio à causa palestina, os bombardeios israelenses à Faixa de Gaza se intensificavam. Um telefonema direto da Palestina, a um familiar residente no Brasil, informava que pessoas estavam soterradas sobre os escombros, sem receber ajuda, ambulâncias serviam de alvo "e quem escapava dos bombardeios era atingido por metralhadores, por terra". A maioria das vítimas era formada por mulheres e crianças.
O ato em apoio aos palestinos reuniu um grande número de sindicatos, entidades humanitárias, movimentos sociais, partidos políticos, centrais sindicais. Dentre os sindicatos, havia dirigentes e militantes dos Correios, Bancários, SEPE, Sintuff, Sindipetro-RJ. Os partidos políticos PT, PC do B, PSTU, PCB, P-SOL. As centrais sindicais CUT, Intersindical, Conlutas e CTB. O Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino do Rio de Janeiro esteve à frente da organização, que também contou com a presença da Sociedade Brasileira Muçulmana, dentre inúmeras outras entidades.
Desde a retomada dos ataques de Israel sobre a Faixa de Gaza, em 27 de dezembro, os brasileiros já realizaram manifestações em várias capitais, em favor dos palestinos. Florianópolis, Manaus, São Paulo e Salvador foram as primeiras. No Rio, as organizações que integram o Comitê reuniram-se após o ato desta quinta, para discutir os novos passos da luta contra o holocausto palestino.
Os manifestantes reivindicam que o Brasil rompa diplomaticamente com o Estado terrorista de Israel, propõem o cancelamento do Tratado Comercial entre Brasil e Israel e estão dispostos a mover uma campanha internacional de boicote aos produtos e corporações sionistas.
http://www.apn.org.br/

2 comentários:

Anônimo disse...

Essa é uma vergonha internacional. As histórias de violência se repetem, com os algozes em lados opostos. Infelizmente, os judeus não parecem ter aprendido a lição de casa.

Rodrigo Jacques disse...

Legal seu post, deem também uma olhada no nosso post informal sobre a guerra no Oriente Médio http://nerdwiki.com/2013/11/21/saiu-ar-perdeu-o-lugar-arabes-vs-judeus/
Obrigado.