Líder indígena Paresi é assassinada
e seu marido ferido gravemente
Por Mário Hashimoto
Nem bem começou o ano e a perseguição e morte aos povos indígenas parece não ter fim. Na
noite de sexta-feira (9), por volta das 22 horas, a líder indígena Valmireide Zoromará, 42
anos, foi assassinada a tiros perto de Nova Marilândia, região de Diamantino, enquanto
pescava junto a outras 13 pessoas, todas da família. Seu marido, Valdenir Xavier de Amorim
está em estado grave, na UTI de num hospital de Tangará da Serra.
Segundo seus filhos Kleberson e Kelly Zoromará, eles estavam pescando em uma represa
particular do córrego Cágado, pertencente a Sebastião de Assis, quando foram alvejados por um funcionário da fazenda que gritava: 'Seus ladrões de peixes'. Todos sairam correndo e se
esconderam mas Valdenir e Valmireide foram atingidos. "Quando retornamos ao local nossa mãe
estava morta e meu pai suspirando", disseram os filhos.
INQUÉRITO FEDERAL
Para Martins Toledo de Melo, técnico de indigenismo da Funai em Tangará, não há vestígios na
área de criação de peixes e a polícia civil já iniciou o inquérito, mas por se tratar de
questão federal, a Funai, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal deverão assumir o
caso. O fazendeiro Sebastião de Assis, junto a outras pessoas, ficaram reféns na aldeia em
janeiro de 1992 por invasão, mas segundo Martins este fato não deve ter correlação com o
crime. Perguntado sobre o clima na aldeia, o técnico disse que 'normalmente, quando um
Paresi sofre morte natural, isso por si só gera comoção na comunidade. Agora, imagine quando
um irmão é assassinado por um não índio".
DEMARCAÇÃO DA RESERVA
A área em que se encontram as famílias, foi doada ao grupo Zoromará na época por Marechal
Cândido Rondon e a demarcação da reserva está em fase estudos, devendo ser homologada ainda este ano segundo indigenistas. Os Paresi têm no seu mito de origem a representação da sua identidade e da sua territorialidade.
MORTE ANUNCIADA
Na audiência pública do Zoneamento Socioecônomico e Ecológico de Mato Grosso, a filha de
Valmireide, Kelly Cristina Zoromará disse que sua mãe retirou-os da aldeia, levando para
Nova Marilândia porque eram ameaçados de morte, mas que agora iriam lutar pela terra e só
sairiam de lá mortos. As palavras de Kelly anteviu a noite fatídica de 9 de janeiro de 2009.
Um exame preliminar de necrópsia foram encontrados chumbos de calibre 16. A guerreira
Valmireide, que atuava principalmente na defesa de sua terra se foi. Que não seja em vão.
e seu marido ferido gravemente
Por Mário Hashimoto
Nem bem começou o ano e a perseguição e morte aos povos indígenas parece não ter fim. Na
noite de sexta-feira (9), por volta das 22 horas, a líder indígena Valmireide Zoromará, 42
anos, foi assassinada a tiros perto de Nova Marilândia, região de Diamantino, enquanto
pescava junto a outras 13 pessoas, todas da família. Seu marido, Valdenir Xavier de Amorim
está em estado grave, na UTI de num hospital de Tangará da Serra.
Segundo seus filhos Kleberson e Kelly Zoromará, eles estavam pescando em uma represa
particular do córrego Cágado, pertencente a Sebastião de Assis, quando foram alvejados por um funcionário da fazenda que gritava: 'Seus ladrões de peixes'. Todos sairam correndo e se
esconderam mas Valdenir e Valmireide foram atingidos. "Quando retornamos ao local nossa mãe
estava morta e meu pai suspirando", disseram os filhos.
INQUÉRITO FEDERAL
Para Martins Toledo de Melo, técnico de indigenismo da Funai em Tangará, não há vestígios na
área de criação de peixes e a polícia civil já iniciou o inquérito, mas por se tratar de
questão federal, a Funai, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal deverão assumir o
caso. O fazendeiro Sebastião de Assis, junto a outras pessoas, ficaram reféns na aldeia em
janeiro de 1992 por invasão, mas segundo Martins este fato não deve ter correlação com o
crime. Perguntado sobre o clima na aldeia, o técnico disse que 'normalmente, quando um
Paresi sofre morte natural, isso por si só gera comoção na comunidade. Agora, imagine quando
um irmão é assassinado por um não índio".
DEMARCAÇÃO DA RESERVA
A área em que se encontram as famílias, foi doada ao grupo Zoromará na época por Marechal
Cândido Rondon e a demarcação da reserva está em fase estudos, devendo ser homologada ainda este ano segundo indigenistas. Os Paresi têm no seu mito de origem a representação da sua identidade e da sua territorialidade.
MORTE ANUNCIADA
Na audiência pública do Zoneamento Socioecônomico e Ecológico de Mato Grosso, a filha de
Valmireide, Kelly Cristina Zoromará disse que sua mãe retirou-os da aldeia, levando para
Nova Marilândia porque eram ameaçados de morte, mas que agora iriam lutar pela terra e só
sairiam de lá mortos. As palavras de Kelly anteviu a noite fatídica de 9 de janeiro de 2009.
Um exame preliminar de necrópsia foram encontrados chumbos de calibre 16. A guerreira
Valmireide, que atuava principalmente na defesa de sua terra se foi. Que não seja em vão.
Um comentário:
Prezado,
A área que os Paresi reivindicam não foi doada por Rondon, ela sempre pertenceu a eles. Rondon apenas demarcou na época aquele território, tradicional Paresi.
Postar um comentário