COM-PUTA-DOR
Sou avessa a computador, quase não o acesso. Por isso só hoje fiquei sabendo que o André nos deixou. Ficou a dor do nosso não último encontro, sempre marcado e não acontecido.
A décadas somos amigos daqueles de compartilhar ideologias políticas e reuniões de fundo de quintal; viola, conversa fora, cantoria, cervejinha, sem hora para ir embora.
Ultimamente a gente sempre se encontrava as pressas, se prometendo rememorar os encontros de sarais no meu jardim.
O André era daqueles que nunca chegava na hora. Não tinha pressa, mas tinha apreço; pois nunca esquecia um amgo e nem o violão. Meio lobo solitário na sua maneira de ver a vida; mesmo assim tinha muitos amigos que sabiam esperar a sua hora; acolher o seu eterno "isto não está certo" e seu "amanhã, amanhã eu vou"...Quem queria o André tinha que ir buscar e dar carona de volta, pois ele não gostava de dirigir e tão pouco de ser dirigido. Dinheiro para ele não tinha conta, era para festejar com canto, viola e amigos. Hoje peguei um vídeo que o Jota gravou no final da década de 80, lá estavam cantando juntos o André, o Velosa, o Job e o Sávio que também já se foi. Idos tempos, saudades. Pensei que como o André a vida não tinha pressa pra acabar. Perdi o nosso prometido e nunca acontecido reencontro.
Vitória Basaia
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