**AUREMÁCIO CARVALHO
Nessa quinta feira (01/10/09), será realizada uma audiência pública à partir das 14hs, no auditório “Deputado Milton Figueiredo”, na Assembléia Legislativa, para debater as conferências nacional (Confecom) e estadual de comunicação.Além de membros da sociedade civil, do empresariado e do poder público, o evento conta com a participação da jornalista Carolina Ribeiro, membro do Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social, uma das entidades que compõem a Comissão Organizadora Nacional da Confecom.
O objetivo da audiência, solicitada pelo Deputado Estadual Alexandre César (PT-MT) a pedido da Comissão Estadual Pró-Conferência do Mato Grosso e aprovada em plenário do dia 23/09 pelo poder legislativo do estado, é informar a todos sobre o que é a I Conferência Nacional de Comunicação, quais os procedimentos para sua realização e de que forma a sociedade pode participar.
Dizem que as pessoas que não gostam de política têm por castigo serem governadas por quem gosta...Da mesma forma, quem não gosta de comunicação e não tem interesse em saber como ela funciona, para atuar nela a seu favor, também viverá preso em uma jaula invisível, como uma mosca dentro de um vidro.
Os psicólogos vêm estudando este assunto há longa data e concluíram que a mídia pode modelar a mente das pessoas, de tal forma que a maioria delas faça exatamente aquilo que os donos de rádios, jornais e TV desejam. Não é fácil para uma pessoa comum, que não seja jornalista ou comunicador profissional, dedicar-se a assuntos desta natureza, mas, por outro lado, se nada fizerem, tudo permanecerá como está ou ainda vai piorar.
Há um provérbio que diz: "Jornalismo é algo tão sério que não pode ficar apenas nas mãos de jornalistas." Será, prezado(a) leitor(a), que você recebe a informação "plural e diversa" necessária à formação de uma "opinião pública independente" no "mercado livre de idéias", fundamento da democracia? Será que você sente seus diferentes pontos de vista "refletidos” na mídia que você lê, ouve ou vê? Da mesma forma, haverá uma "opinião pública" ou coexistem muitas e variadas "opiniões publicas", "fotografadas" estatisticamente por meio de intervenções (pesquisas) pautadas por interesses e questões alheios a ela ou a elas?
Essas (e muitas outras) questões, que em geral não são discutidas pelos colunistas da grande mídia, além de fundamentais escondem os pressupostos básicos sempre implícitos na definição do papel da "imprensa" nas democracias liberais. Em tempos de 1ª Conferência Nacional de Comunicação, os pressupostos implícitos sobre o papel que a grande mídia desempenha nas democracias liberais e sua uniformidade ideológica precisam ser debatidos. Afinal, todos queremos o aprimoramento democrático. Ou não?
A ética jornalística recomenda que todos os lados sejam ouvidos (e ouvidos a sério), não apenas para cumprir tabela; e que o direito de resposta, segundo normas civilizadas de tamanho, oportunidade e linguagem, seja amplamente concedido. Não é o que vem acontecendo. Ou você pensa que um cidadão, com a cara exposta na mídia, após ter ou ser suspeito de ter cometido um ato ilicito ou um crime, tem direito a ser ouvido?
São temas como esses que vamos discutir, tanto da Audiência Pública, quanto na Conferência Estadual. E, se você é pessoa que busca estar informada e não manipulada ou usada pela mídia, seu lugar é na Audiência e na Conferência Estadual. Venha, sua participação é fundamental.
Já disse alguém, “o maior analfabeto é o analfabeto político”.
(*) Auremácio Carvalho é membro da Comissão Organizadora da Conferência.
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