Por Dafne Spolti e Mariana Freitas
Estudantes de Jornalismo da UFMT
Fotografia: Jessica da Graça Bastos
Estudante de Publicidade e Propaganda da UFMT
Os estudantes de Comunicação Social da UFMT aderiram à greve iniciada na última terça-feira no Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), conforme deliberação do Conselho das Entidades de Base (CEB). Cerca de 70 estudantes estiveram presentes na Assembléia realizada na manhã de hoje (15) e decidiram pela adesão ao movimento como forma de reivindicação para a contratação de professores, melhoria de infra-estrutura e combate as consequências do REUNI (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais). Amanhã os estudantes farão o planejamento da greve, que será iniciada semana que vem.
Assim como em outros departamentos, a Comunicação Social tem sofrido por falta de professores. No último semestre alguns estudantes cursaram apenas metade da disciplina, pois o professor a assumiu com o semestre em andamento. Outros acumularam para esse semestre as matérias que não foram cursadas por falta de professor. Além disso, só é possível contratar professores substitutos, cujo contrato tem duração de um ano, com possível prorrogação de mais um ano. “Nós queremos abertura de concurso público para professores, para que não tenhamos que fazer outro movimento daqui a seis meses ou um ano”, afirmou o estudante de Publicidade e Propaganda Felippy Damian, membro do CACOS – Centro Acadêmico de Comunicação Social.
Além disso, conforme alegação dos estudantes, os equipamentos estão defasados, o laboratório de fotografia não está em funcionamento, não há jornal impresso, videoteca, nem assinatura de jornal diário. “Não há nem câmeras fotográficas digitais para curso, somente analógicas”, disse o estudante de Ciências Sociais Jelder Pompeo, que é aluno especial na disciplina de Introdução às Técnicas Fotográficas. Os estudantes também se queixaram que é necessária a contratação de mais técnicos para acompanhar os estudantes na utilização dos equipamentos. “O técnico que pedimos trabalhou dois dias e pediu licença de dois anos, por isso não podemos requisitar outro técnico”, explicou a Chefe do Departamento de Comunicação Social, Vera Lúcia Lopes.
Em relação ao Reuni, existe a preocupação com o aumento das vagas disponibilizadas sem a criação de condições para que essas aulas e pesquisas sejam realizadas. O ponto comum de reivindicação da greve dos estudantes, é sobre a Resolução 197/2009, que pretende diminuir a carga horária dos professores destinada à pesquisa, para que, os mesmos professores possam ministrar mais aulas. “É a tentativa de transformar a universidade pública em grandes ‘colegiões’, diminuindo a pesquisa e a extensão, mas emitindo mais diplomas para contar pontos para o governo federal”, indigna-se a Diretora da UNE Daianne Renner.
Na Assembléia Geral de hoje, ouve algumas divergências, mas sempre com respeito. Alguns dos professores presentes apoiaram a greve. Entre os mais aplaudidos estava o professor Dr. Paulo Rocha Dias, que falou sobre a legitimidade das greves como instrumento de conquista em uma sociedade democrática. “Isso aqui não é baderna. Baderna é o termo usado para desqualificar os movimentos sociais. Nosso movimento é legítimo”, afirmou o Doutor em Comunicação.
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