DESTAQUE
NOVO PISO: Jornalistas e patrões firmam acordo coletivo de 2017
Da assessoria Após seis rodadas de negociação, mediadas pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Mato Grosso, o Sindic...
13 de set. de 2010
Taques se diz contra obrigatoriedade do diploma para exercer o jornalismo
De Rondonópolis - Dayane Pozzer
Em meio a estudantes prestes a se formarem em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, o candidato a uma das vagas ao Senado, Pedro Taques (PDT) disparou que é contra a obrigatoriedade de diploma para o exercício da profissão de jornalista. A declaração foi dada a estudantes e repórteres pouco antes da sabatina com o candidato ao governo Mauro Mendes (PSB) na noite desta quinta-feira (9), em uma faculdade de Rondonópolis.
Taques afirmou que não poderia ir contra o posicionamento do ministro do Tribunal Superior Federal (STF), Gilmar Mendes, que em 2009 pôs fim à obrigatoriedade do diploma. Assim como o relator da proposta, outros ministros, como o atual presidente do STF, Cezar Peluso, se manifestaram contra o diploma justificando que a exigência do mesmo, ou qualquer outra exigência que não vise exclusivamente proteger a sociedade contra possíveis danos ou prejuízos, fere a Constituição Federal quando se trata da livre expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação.
Com a polêmica levantada entre os estudantes, sobrou para o candidato Mauro Mendes também falar sobre o assunto durante a sabatina. Questionado, Mendes saiu em defesa do diploma para o exercício do jornalismo. “Sou a favor da manutenção do diploma. A imprensa é chamada de quarto poder e sabemos que ela tem muito poder. Acho que o diploma regulamenta e controla não a informação, mas sim a ética profissional”, declarou.
Aplaudido pelos presentes, a maioria estudantes de jornalismo e outros cursos, o socialista demonstrou, pelo menos em discurso, que tem a opinião diferente do candidato ao Senado da mesma coligação que a sua. Taques, que aparece em segundo na pesquisa mais recente de intenções de votos, não demonstra preocupação com a possibilidade de perder votos ao ser sincero a qualquer custo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Pedro Taques, o senhor mesmo diz em campanha que vai para o Senado para mudar a cara legal do país!! Um senador cria leis, não apenas segue determinações do STJ!!! Aliás, acredito que enquanto membro do MPF este era o comportamento e só este, que te restava, como senador, esperamos mais do senhor. Esperamos que faça leis. E se for instituído por lei a necessidade do diploma para exercer a nossa profissão, a decisão do STJ deixará de ter valor.
Quero lembrar ao senador que, hoje, para exercer a função de advogado, não basta ter diploma, tem que ter OAB. O diploma era o mínimo exigido para o exercício da nossa profissão e ainda assim, o tiraram com um argumento de dar condições de "livre expressão".
Para que entenda a distinção, livre expressão é uma coisa. Qualquer do povo pode escrever artigos de opinião e dizer o que pensa. Mas, exercício de uma profissão é outra. Há que ter regras para apurar matérias, conhecer a ética da categoria para não infringir leis e ter consciência do dever legal da profissão e isso, a decisão do Gilmar Mendes nos tirou!!!
Não há médico mais no país sem diploma, por mais que um dia em nossa história, tenha havido um "boticário", sem formação acadêmica, para ministrar medicações.
É retroagir ao tirar a obrigatoriedade do diploma para exercer a nossa profissão! Espero que possa pensar melhor sobre o tema e refletir sobre a nossa solicitação, diante da nova função, que espero, o senhor esteja capacitado para exercer. E que inclusive esteja aberto para exercê-la, sem pré-conceitos.
A Folha de SP usa muito repórter, consultor e etc para escrever em suas publicações, sem formação em jornalismo, mas, estes casos são exceção! Eles inclusive cobram pós-graduação em qualquer anúncio de vaga para repórter. E mesmo estes repórteres especiais da Folha, tem formação acadêmica em alguma outra área e são pessoas que escrevem muito bem!
A realidade de Mato Grosso é muito diferente da vivida pela Folha!
Estou indignada com a sua opinião a respeito da nossa categoria. O fato do diploma ter caído é um absurdo, como seria em qualquer outra profissão. Na minha atividade de repórter, sempre estive pronta para defender as diversas classes de trabalhadores. Por que não defender a minha? O senhor não sabe como é a vida cotidiana da maioria dos jornalistas, a exploração intelectual, os atrasos no pagamento(na maioria dos veículos), a falta de perspectiva, os baixos salários, o assédio moral. O senhor não sabe de nada. Trabalhar como jornalista é bem diferente de usar apenas utilizar a prerrogativa constitucional liberdade de expressão. Nós somos trabalhadores e o fato do diploma ter caído nos prejudicou muito. Querem nos pagar 'bananas' e nos chamar de 'macacos' pela nossa produção intelectual. Estou seriamente querendo mudar de profissão. O ministro Gilmar Mendes, na sua falta de sabedoria, porque conhecimento não é sinônimo de ser humano sábio, contribuiu para a desmobilização da nossa categoria. Pior, contribuiu para piorar a condição de vida e sobrevivência de muitos trabalhadores da área nas capitais e interior do país.
Creia, o senhor perdeu o meu voto. Acompanhei parte de sua trajetória como procurador em Mato Grosso e bem de perto, sei que fez muito por este estado, gostei do seu discurso de campanha, e até ontem tinha o meu voto. Agora caiu por terra. Se não fossemos nós, jornalistas, o senhor poderia ter feito tudo o que fez para por Arcanjo atrás das grades e ninguém saberia. Graças a mídia, aos jornalistas, é que muitas pessoas deste estado sabem do que o senhor é capaz. Se não fosse por nós, apenas uma pequena e elitizada parcela da população saberia de seus atos. No mínimo, o senhor deveria valorizar aqueles que tanto o valorizaram. Somos profissionais tanto quanto os procuradores. Se antes já eramos desvalorizados, com a queda do diploma isso se acentuou. Sua posição é ridícula. O senhor já não é mais procurador para ser refém do STJ. Pessoalmente, fiquei decepcionada. Como profissional e pensando na categoria, fiquei ofendida pelo desrespeito.
Postar um comentário