Evento reúne dirigentes e assessores de dez países latino-americanos em Montevidéu
Escritor por: Camilo Árabe/CSA
22 de agosto de 2012: A democratização da comunicação e imprescindível para evoluir a sociedade mundial em termos democráticos. As novas tecnologias e redes sociais são uma realidade importante e fundamental para a descentralização dos meios de comunicação e o ativismo politico.
Nos dias 20 e 21 de agosto, aconteceu em Montevidéu, Uruguai, o Seminário “Redes Sociais e Ciber Ativismo”. Organizada pela FES Uruguai em parceria com a Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA), participaram da atividade dirigentes sindicais da área de comunicação e jornalistas de dez países latino-americanos: Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Chile, El Salvador, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai.
Escritor por: Camilo Árabe/CSA
22 de agosto de 2012: A democratização da comunicação e imprescindível para evoluir a sociedade mundial em termos democráticos. As novas tecnologias e redes sociais são uma realidade importante e fundamental para a descentralização dos meios de comunicação e o ativismo politico.
Nos dias 20 e 21 de agosto, aconteceu em Montevidéu, Uruguai, o Seminário “Redes Sociais e Ciber Ativismo”. Organizada pela FES Uruguai em parceria com a Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA), participaram da atividade dirigentes sindicais da área de comunicação e jornalistas de dez países latino-americanos: Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Chile, El Salvador, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai.
Na abertura do Seminário, o Secretário Geral da CSA, Víctor Báez, ressaltou a necessidade de lutar contra a hegemonia midiática e por um modelo alternativo. O Secretário alertou o movimento sindical: “Onde mais precisamos de comunicação são os lugares onde estamos piores. Os lugares em que o movimento sindical tem a maior ausência de comunicação são os mesmo onde faltam os direitos essenciais aos trabalhadores e trabalhadoras”. No final da sua fala, Báez destacou: “O papel da CSA é abrir caminhos para que as centrais sindicais desenvolvam sua própria comunicação”.
Em seguida, falou por Skype, Rodrigo Savazoni, responsável pela Casa de Cultural Digital – organização que faz movimentos e atividades nas redes. Rodrigo discorreu sobre o ativismo na rede e possibilidades de mobilização e transformação oferecidas pela internet: “As novas tecnologias não são apenas ferramentas e sim uma mudança cultural”. Disse também que a cultural digital traz como ideia central a colaboração, o trabalho em conjunto e não mais uma audiência passiva: “As pessoas querem participar”.
Sobre o mesmo tema, Omar Rincón, da FES C3, continuou o debate pelas lutas que o movimentos sindical deveria aderir, por exemplo: desafiar a censura e o controle das informações e promover o direito livre à internet. A respeito das mensagens que circulam nas redes sociais e a relação com os jovens, Rincón afirmou que estes “estão de saco cheio de serem educados: não temos que dizer o que fazerem, mas sim propor ações concretas”.
Algumas características das mensagens que circulam nas redes sociais foram levantadas pelos participantes, entre elas: são pessoais e espontâneas; necessitam ser instantâneas e em tempo real e; o humor contribui para torná-las autênticas.
Democratização da Comunicação
Na continuação, o tema debatido foi como romper o cerco informativo e lutar pela democratização da comunicação. Nessa linha, Alejandro Linares, da Agência Informativa Pulsar – agência de notícias radiofônicas que distribui conteúdo para rádios comunitárias da América Latina e do Caribe – discorreu sobre as oportunidades que a internet oferece: maior participação digital, inovação emergente e eficácia da cultura de colaboração. Por outro lado, ressaltou alguns desafios: “A brecha digital, econômica e cultural; a concentração da propriedade e o analfabetismo digital”.
Linares também destacou uma nova realidade da prática jornalística: “A internet como fonte: hoje em dia, é o primeiro lugar que o jornalista busca informações e dados”. No entanto, alertou que, embora seja verdade que se encontram fontes no Facebook e Twitter, “nem sempre trazem informações precisas”. Deve se tomar cuidado.
O vice-presidente da Federação Internacional dos Jornalistas, Gustavo Granero, contribuiu ao debate e insistiu na necessidade de combater os grandes meios de comunicação que, segundo ele, são movidos unicamente pelos interesses comerciais e econômicos.
“Naturalmente, os donos dos meios de comunicação identificam nesses processos de democratização como ataques a liberdade de expressão, pois atingem em cheio seus interesses. Por isso, a relevância e necessidade de maior participação do conjunto de movimentos sindicais e sociais para estimular o avanço e impedir o retrocesso”, finalizou Granero.
Estratégias de Mobilização e Juventude
No segundo dia, a discussão inicial começou pela escassez das demandas de politicas publicas para a juventude. O presidente do Comitê de Juventude da CSA, Maikol Hernandez, levantou a questão da dificuldade do jovem em obter o primeiro emprego, sem direitos trabalhistas e em condições precárias.
A ausência de espaços democráticos de incidência e participação do jovens foi outro ponto levantado por Maikol, que também criticou o empreendedorismo: “atrás dessa simulação, há uma precarização. Em alguns casos sim, o jovem pode até conseguir sua empresa, porem a figura do empreendedorismo mascara um subemprego, com horários de trabalho fixo, sem direitos e com patrão”.
Trabalho Decente
O tema do Trabalho Decente foi discutido na parte final do Seminário, na qual se buscou consolidar as estratégias e ações fundamentais para a campanha da CSA e suas centrais afiliadas, que ocorrerá no inicio do mês de outubro.
Como pode haver uma empresa sustentável em um mundo insustentável? “Os empresários têm que entender que se querem uma empresa sustentável, é necessário existir um mundo sustentável, porém esse mundo é insustentável: temos que mudá-lo”, disse o Secretario General da CSA, Victor Báez.
O Conceito de Trabalho Decente, criado em 1999 pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), se define em “trabalho adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança, capaz de garantir uma vida digna aos trabalhadores e trabalhadoras”. O Trabalho Decente é elemento central de um novo mundo que queremos e lutamos: não há empresa sustentável, muito menos um cenário global, sem trabalho decente.
Para concluir, a s novas tecnologias e as redes sociais são muito mais que ferramentas para praticar o ativismo politico; são uma nova maneira cultural de protestar e lutar. Mas que isso, contribuem para a descentralização da comunicação, eixo central da democratização da mesma, que, por sua vez, é ponto chave para o mundo evoluir democraticamente.
FONTE: CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES - CUT
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