Da assessoria Sindjor-MT
Recente pesquisa realizada pelo Sindicato
dos Jornalistas Profissionais do Estado de Mato Grosso (Sindjor/MT) com
os trabalhadores da redação da Folha do Estado aponta que 85% deles -
cujo número
no momento da pesquisa (início de fevereiro) somava 30 pessoas - não
estão satisfeitos com o trabalho que exerce àquela empresa. Um dos
maiores motivos, incluindo a falta de pontualidade no pagamento de
salários - mesmo depois da promessa feita em 2012 de que,
sob nova direção, tudo ia mudar - é o fato de os direitos trabalhistas
básicos como pagamento de INSS e de FGTS, bem como 1/3 de salário de
abono de férias, não estarem sendo pagos. No caso de INSS e FGTS, eles
são descontados em folha de pagamento, mas sabe-se
que não estão sendo repassados aos órgãos de direito conforme prevê a
legislação trabalhista brasileira. Isso caracteriza-se perante o Código
Penal Brasileiro - além de falta de respeito para com o trabalhador, que
vai todos os dias cumprir sua pauta diária
com responsabilidade - como apropriação indébita.
Essa situação, que é desconhecida por
muitos, traz graves consequências à vida funcional dos funcionários.
Muitos não podem financiar a casa própria porque o FGTS não é
depositado. Outros funcionários,
apesar de terem sido demitidos, não podem pleitear o seguro-desemprego
pelo fato de não terem esse benefício pago (FGTS). Já os efetivados, se
necessitarem ser afastados pelo INSS por doença, o auxílio pode não ser
dado por conta da falta desse repasse. Além
disso, o tempo de serviço não é contabilizado para o tempo de
aposentadoria.
Como se isso não bastasse, os
profissionais estão sendo obrigados a conviver com cobranças de
qualidade e produção ainda que não se tenha carro, celular ou telefone
para que possam exercer seu
trabalho de forma mais ampla. Há sempre horas a mais de trabalho por
conta da fila para usar o telefone que tenha crédito o que é feito sem o
pagamento de hora extra.
Há também o fato de que, com a ocorrência
de várias demissões desde o fim do ano feitas por parte da empresa para
'sanear' as finanças, muitos dos profissionais acabaram por pedir
demissão porque
não veem mudanças na conduta dos dirigentes da Folha à vista. Para se
ter uma ideia, apenas na última semana foram três pedidos de demissão.
Com isso surge o acúmulo de função sem pagamento a mais por isso. Esse
fato fica pior quando se sente que quase ninguém
qualificado no mercado quer ir trabalhar numa empresa que não paga em
dia e da total desordem e inversão de valores no contexto do que seria
uma redação.
Confira abaixo o resultado da pesquisa:
- Foram feitos 30 questionários
- Foram distribuídos 29 porque uma das pessoas estava de férias
- Foram respondidos 27 porque duas pessoas não quiseram opinar
Dos questionários respondidos:
- 100% concordam em o Sindjor entrar com ação judicial para que a empresa Folha do Estado coloque o salário em dia.
- 100% não sabiam que o não depósito do FGTS e do INSS ocasionam danos a sua vida funcional.
- 30% têm férias tiradas mas sem
recebimento do abono previsto em lei de 1/3. Esses funcionários, juntos,
somam 12 períodos de férias sem abono pago.
- 30% disseram sofrer ou já ter sofrido assédio moral por parte da empresa.
- 60% alegaram não ter sofrido assédio e 10% não responderam a essa questão.
- 85% alegam que a falta de estrutura da empresa tem prejudicado a qualidade de seu desempenho profissional.
- 45% aceitariam estar com o salário
atrasado DESDE QUE a empresa entrasse em diálogo e desse satisfação a
TODOS sobre a previsão de colocar tudo em ordem (salário, FGTS, abono,
INSS) enquanto
55% não aceitariam.
- 96% não está satisfeito com o trabalho atual. 4% não responderam a essa questão.
Diante desse quadro o Sindjor vai marcar
uma reunião com a direção da Folha do Estado a fim de resolver o
conflito e tornar o meio de comunicação um local onde os profissionais
sejam respeitados.
Caso não haja consenso para a melhoria o Sindjor vai tomar as
providências judiciais cabíveis.
Um comentário:
Demiti a Folha do Estado na Justiça, fiz acordo e até hoje a empresa não pagou o que acordou. Tem mais de um ano isso genteeeeee
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