É o fim da profissão literalmente. O trabalho já tão desvalorizado ficará ainda pior. Qualquer aventureiro poderá sair por aí dizendo-se Jornalista, sem compromisso com a ética e com a verdade. Claro que sabemos que os jornalistas só podem escrever o que os "donos" de veículos querem, a cada dia somos tolhidos de fazer o nosso trabalho, mas ainda assim, mantemos a luta para divulgar os fatos, denunciar. Sempre na esperança de conseguir furar a vigilância do patrão. A formação acadêmia é essencial nesse processo.
Os quatro anos passados na universidade ou na faculdade são fundamentais para separar o "joio do trigo", definir quem pode ou não ser um profissional da comunicação, aprender sobre ética, verdade dos fatos.
Quantos entram nos cursos de Jornalismo e quantos estão efetivamente atuando na área? Fazendo um rápido cálculo pelo meu curso, aproximadamente uns 30% apenas. Aí já começa a função dos cursos, sem contar o aprendizado com os professores - mestres que apontam as diretrizes do trabalho.
Sem o diploma, as empresas de Comunicação, que já consideram os jornalistas
como um "mal necessário" irão tratar os profissionais com mais despreso ainda e
a velha frase - "não está satisfeito, pode dar o fora que tenho uma pilha de
curriculos na minha mesa" - será ainda mais imperiosa.
Os patrões nos dirão: olha, nem preciso contratar jornalista, posso contratar qualquer um por aí".
A quem interessa o fim do diploma: apenas aos empresários, que tratam a Comunicação e o Jornalismo apenas como um meio de enriquecer, ganhar poder e espaço político.
- Ângela Jordão é jornalista em Cuiabá
Um comentário:
aimeodeos! Corrige aí, baby: "desprezo" é com Z.
Como já diria minha amiga, com relação a essa coisa de não precisar mais de diploma, "tô puto. Vou ali fumar um cigarro e depois volto."
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