DESTAQUE

NOVO PISO: Jornalistas e patrões firmam acordo coletivo de 2017

Da assessoria Após seis rodadas de negociação, mediadas pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Mato Grosso, o Sindic...

26 de mar. de 2009

EM TEMPO: VITÓRIA BASAIA LEMBRA DE ANDRÉ

COM-PUTA-DOR


Sou avessa a computador, quase não o acesso. Por isso só hoje fiquei sabendo que o André nos deixou. Ficou a dor do nosso não último encontro, sempre marcado e não acontecido.

A décadas somos amigos daqueles de compartilhar ideologias políticas e reuniões de fundo de quintal; viola, conversa fora, cantoria, cervejinha, sem hora para ir embora.

Ultimamente a gente sempre se encontrava as pressas, se prometendo rememorar os encontros de sarais no meu jardim.

O André era daqueles que nunca chegava na hora. Não tinha pressa, mas tinha apreço; pois nunca esquecia um amgo e nem o violão. Meio lobo solitário na sua maneira de ver a vida; mesmo assim tinha muitos amigos que sabiam esperar a sua hora; acolher o seu eterno "isto não está certo" e seu "amanhã, amanhã eu vou"...Quem queria o André tinha que ir buscar e dar carona de volta, pois ele não gostava de dirigir e tão pouco de ser dirigido. Dinheiro para ele não tinha conta, era para festejar com canto, viola e amigos. Hoje peguei um vídeo que o Jota gravou no final da década de 80, lá estavam cantando juntos o André, o Velosa, o Job e o Sávio que também já se foi. Idos tempos, saudades. Pensei que como o André a vida não tinha pressa pra acabar. Perdi o nosso prometido e nunca acontecido reencontro.

Vitória Basaia

25 de mar. de 2009

VELÓRIO

SINDJOR-MT INFORMA:

+++ NOTA+++

O Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso informa que o velório do jornalista André Xavier, que faleceu às 11h30 da manhã de hoje (25.03.2009), em decorrência de um câncer no pulmão, será realizado a partir das 20h na sala Lírios da Capela Jardins, localizada no bairro Bandeirantes, 364. A capela fica na rua Manoel Ferreira Mendonça próximo a antiga sede da Prosol. O enterro será amanhã (26.03), às 09h, no cemitério Parque Bom Jesus de Cuiabá, na estrada para Santo Antônio do Leverger. A previsão é de que o corteja inicie às 08h.
André passou por tratamento quimioterápico, mas não resistiu ao agravamento da doença. O Sindjor-MT lamenta o passamento do colega e já se colocou à disposição para possíveis necessidades. O último trabalho de André foi na Sedtur. Por conta disso, o Governo do Estado está providenciando a liberação do corpo e questões relativas ao sepultamento.

Mais informações
http://www.secom.mt.gov.br/ng/conteudo.php?cid=49333&sid=52


A DIRETORIA

NÃO VAMOS PAGAR PELA CRISE


Foto: Neusa Baptista/Cronos

Sindicatos, movimentos sociais e centrais dos trabalhadores se unem em ato contra demissões e perdas de direitos conquistados


Militância está convocada para ir à praça Alencastro dia 30, às 9h. Esquerda esquece divergências entre si e se alia em objetivos comuns

CENTRO DA CAPITAL VAI PARAR!!!!!

Representantes de mais de 15 sindicatos, movimentos sociais e outras entidades de classe, além das centrais sindicais, se reuniram em Cuiabá hoje, quarta-feira, dia 25, pela manhã, na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, para articular, na capital, o ato do dia 30 de março, próxima segunda-feira, onde os trabalhadores vão afirmar que se negam a pagar pela crise e que essa crise deve ser paga por quem a gerou: os detentores do capital, os empresários, banqueiros, latifundiários e os ricos de modo geral. O ato, que será reproduzido em todas as capitais brasileiras e outras cidades do Brasil e do mundo, terá, por isso mesmo, ressonância nacional e internacional. Em Cuiabá, a concentração na Praça Alencastro, em frente à Prefeitura Municipal, começa, na segunda de manhã, às 9h. Com previsão de término para as 11h. A Adufmat participará do ato e realiza amanhã, quinta-feira (26) uma Assembléia Geral, com essa pauta.
“Este pode ser um marco de reorganização da classe trabalhadora”, diz o presidente da Adufmat, Carlinhos Eilert. “Estamos conclamando os docentes da UFMT, para que venham fazer força junto aos demais movimentos sociais. O professor universitário é um trabalhador, com muita carga horária e pressão por produção científica e, portanto, vítima desses processos”.
A articulação do ato do dia 30 surgiu no 9º Fórum Social Mundial (FSM), que, este ano, reuniu mais de 150 mil militantes brasileiros e de outros diversos países, de diversos movimentos, no Belém do Pará, de 27 de janeiro a 1 de fevereiro.
“É preciso antes de mais nada desmistificar a idéia de que as entidades de classe, os movimentos sociais, não servem para nada. Isso não é verdade, não é verdade. As entidades vêm se organizando. A marcha dos trabalhadores do ano passado, em Brasília, foi extremamente importante”, afirma Nara Teixeira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Mato Grosso (Sintrae-MT) e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) .
Para Marli Terezinha Ferreira, secretária geral da Central Única dos Trabalhadores em Mato Grosso (CUT-MT), é importante ficarmos de olhos abertos porque “em momentos de crise, o patronato quer sempre reduzir direitos garantidos”.
É consenso que, se o governo federal se dispõe a dar ajudas financeiras a empresários e banqueiros, por exemplo, que se dizem atingidos pela crise, é necessário também que dê aos trabalhadores garantias imediatas contra demissões.
Entre as bandeiras fundamentais neste ato, quais sejam a luta contra as demissões, pela redução da taxa de juros, por reforma agrária, moradia, saúde e educação de qualidade, o grupo que articula o ato em Cuiabá definiu pela inclusão da luta local pelo passe-livre e contra o reajuste da tarifa no transporte coletivo. “O estudante precisa do passe livre e, na família dele, isso é importante. Agora com a crise, há quem defenda a ampliação desse direito para o desempregado. Senão, como ele vai procurar emprego, se para sair de casa precisa pagar os R$ 2,05 na catraca?” - questiona o servidor do IBGE, membro do Comitê de Luta pelo Transporte Público (CLTP) e representante da Intersindical, Felipe Torquato.
Sobre as diferenças que hoje dividem a esquerda no Brasil, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Gilmar Soares, resume que, apesar de algumas discordâncias, “nós convergimos para um projeto de sociedade inclusiva, socialista, em que a classe trabalhadora tenha de fato vez e voz e direitos”. Por isso, na visão dele, esse alinhamento é possível e terá forte resultado de enfrentamento.
A presidente do Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso, Keka Werneck, espera que os colegas de profissão entendam que sempre há o momento de abraçar uma causa maior, que é a construção de nação. “Jamais teremos um país justo, enquanto estivermos preocupados apenas com questões individuais. O momento é de ir para as ruas, alinhados, articulados, cientes do nosso papel político, inclusive ao escrever matérias sobre o ato”.

VEJA OPINIÃO DAS ENTIDADES
“O momento agora é de unir forças, das entidades parceiras somarem forças. A luta é válida. A gente não pode ficar de braços cruzados. E a população tem que perceber que a crise está aí, já nos atingindo e também perceber onde, em que movimento social, cada um de nós se encaixa, como cidadãos, para buscarmos nossos direitos”.
Carmem Melo Castro (Rede de Educação Cidadã (Recid), ligada ao Instituto Paulo Freire, Secretaria Especial de Direitos Humanos e o Talher Nacional)
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“Nós aqui em Mato Grosso já estivemos reunidos outras vezes em pautas que são comuns de todos os trabalhadores. Todas as centrais estão unidas nesse momento em defesa do emprego, pela redução da jornada de trabalho sem redução de salário. Pautas comuns.”
Marli Terezinha Ferreira, Sindicato dos Bancários do Estado de Mato Grosso (Seeb-MT) e secretária geral da CUT-MT
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“Temos algumas divergências, mas a defesa dos trabalhadores, a garantia de direitos e ampliação de outros, isso é comum entre todas as centrais. Os trabalhadores, o povo, que sofre opressão, que sofre a diminuição dos seus direitos, que sente na pele que tem que lutar mais, que se mobilize, participe dessas atividades. É uma plataforma comum. É mentira que as entidades de classe não valem para nada. Há uma marginalização sobre os movimentos sociais de maneira geral. Olha o que está acontecendo com o MST. Um bando de baderneiros, de marginais? É o que viraram? O que é que é isso? É um absurdo. Os sem-terra são trabalhadores reivindicando terra para trabalhar. É um absurdo vincular um grupo social tão importante à baderna. Mas é o que a mídia muitas vezes diz. Em atos de rua, podemos dialogar com a sociedade. Dizer que tem sim rejeição ao projeto capitalista, ao neo-liberalismo, e que as entidades estão sim organizadas e seus representantes estão preocupados com a situação dos trabalhadores. A gente só vai conseguir mudar a situação que está, só vai conseguir lutar contra o desemprego, pela redução de juros e ampliação dos direitos sociais, quando a população se moblizar. Não adianta um número pequeno de militantes. O povo tem direito à educação e saúde pública de qualidade. É uma tarefa que todo o povo tem que investir. A gente quer atingir todo o povo”.
Nara Teixeira (Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Mato Grosso (Sintrae-MT) e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
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“É hora de dizer bem alto que essa crise não é nossa, não é da classe trabalhadora, não é da juventude, e vamos para a rua exigir que não cortem gastos. Nenhum direito a menos para a educação”.
Pablo Rodrigo Silva (União Nacional dos Estudantes – UNE)
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“Nós, mulheres, somos mesmo chamadas a participar de articulações como essas, afinal somos a metade da população. Nos momentos de crise, as mulheres sofrem mais, porque já sofrem com a discriminação no mercado de trabalho todos os dias. E culturalmente é mais fácil para os patrões demitirem mulheres. Nos momentos de crise, nós, mulheres, somos as primeiras a serem penalizadas. Não podemos nos omitir nesse momento”.
Janete Carvalho, presidente da União Brasileira das Mulheres em Mato Grosso (UBM-MT)
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“Nós convergimos para um projeto de sociedade inclusiva, socialista, em que a classe trabalhadora tenha de fato vez e voz, tenha direitos. Greve e atos de rua ainda são instrumentos fundamentais da classe trabalhadora”.
Gilmar Soares (Presidente do Sintep-MT)
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“Um aspecto fundamental é a questão da reforma agrária. Surge como saída nesse momento, dentro da intenção de oferecer alimentos mais baratos e para resolver o desemprego no campo. Essa é uma medida que terá reflexos agora e para o futuro. (...)A crise está aí, tem influência sobre os trabalhadores. Agora quem vai pagar por isso? Os trabalhadores? Ou aqueles que geraram a crise, que é o grande capital?”
Miranda Muniz (Presidente Estadual do PCdoB)
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“O papel dos professores universitários é estarem apoiando os movimentos sociais, de extrema importância para nosso estado e nosso país. A sociedade tem que estar unida em defesa dos trabalhadores. O ato é para demonstrar insatisfação. O povo tem que ir para a rua, tem que se manifestar. Porque o que a gente ouve hoje é: empresa tal demite milhares, empresa tal demite outros milhares. Aqui os frigoríficos estão demitindo e como ficam esses trabalhadores? Todos na rua? O povo deve se reunir e não comprar mais carne. Vamos fazer um grito de defesa do Brasil. Estamos conclamando que os docentes da UFMT venham fazer força junto aos movimentos sociais”.
Carlinhos Eilert (Presidente da Adufmat)
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“Não nos inibe nem um pouquinho ter Lula como presidente e continuarmos a fazer nossas lutas. Estamos prontos a continuar nossas reivindicações e exigências”.
Ivanildes Ferreira dos Santos (Gabinete do deputado Federal Carlos Abicalil)
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“Se nós não nos unirmos para enfrentar essa crise - porque a gente sabe que a classe patronal fantasia muito a crise para fazer com que os trabalhadores sejam penalizados - vamos ficar simplesmente por baixo”.
Joaquim Dias Santana, pedreiro (Presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, ligado Nova Central)
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“Como a crise pega todo mundo, há também uma posição coletiva que precisa ser tomada. O grande capital está atingindo a todos então precisamos, todos, enfrentá-lo de forma organizada e articulada”.
Inácio Werner, Centro Burnier Fé e Justiça
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“Muito importante essa tentativa de unificar a classe trabalhadora nesse momento de crise. Esse é um começo. Nesse momento é preciso a unificação. Quanto ao passe-livre, que será uma das bandeiras do ato, o estudante precisa disso e para a família dele isso é importante. Há quem defenda a extensão desse direito ao desempregado. Senão, como ele vai procurar emprego, se para sair de casa ele precisa pagar R$ 2,05 na catraca?”
Felipe Torquato (Servidor do IBG, membro do CLTP e representante da Intersindical)

Qualificação é saída para emplacar matérias ambientais contundentes

Primeiro curso de jornalismo ambiental deixa claro demenda reprimida de reflexões sobre a questão ambiental com recorte político e social





Conseguir emplacar nos veículos de comunicação o tema ambiental com matérias que vão além dos desastres ambientais e dos boletins prontos enviados pelas organizações que atuam na área, e ainda decifrar a linguagem jurídica do Código Florestal e leis que protegem o meio ambiente são algumas das tarefas apresentadas aos comunicadores na noite de terça-feira (24) durante a primeira etapa do curso de jornalismo ambiental promovido pelo Sindicato dos Jornalistas do Mato Grosso (Sindjor-MT) e Núcleo de Ecomunicadores dos Matos (NEM), uma ong de comunicadores e educadores ambientais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Cerca de 40 pessoas entre jornalistas, estudantes e ambientalistas participaram do encontro, que ocorreu no auditório da Associação dos Docentes da UFMT (ADUFMAT), em Cuiabá. A jornalista Andrea Fanzeres, repórter do jornal ambiental O Eco, abriu as discussões com a palestra “Unidade de Conservação (UC) da Natureza na imprensa”, com a proposta de debater de que maneira as UCs têm sido tratadas pela imprensa e qual é o papel da comunicação na conservação dessas áreas.



Andrea Fanzeres, repórter do jornal ambiental O Eco


Andrea se especializou em notícias que debatem o meio ambiente devido ao interesse pela área e diz que com informações consistentes é possível emplacar a pauta ambiental em qualquer caderno de um jornal, pois o tema perpassa por todos. “Ninguém nasce especialista em nada, muito menos em jornalismo ambiental, aliás jornalista não tem que ser especialista e sim jornalista, ou seja buscar pautas diferenciadas e que dizem algo à sociedade”, afirma ao mencionar que a qualificação profissional passa pela participação em cursos, seminários e debates.

A coordenadora do Escritório Modelo Ambiental da Faculdade de Direito da UFMT, advogada Giselle Vieira apresentou a palestra “Legislação Ambiental: Tutela Jurídica Ambiental e Unidades de Conservação”. Giselle discorreu sobre as principais leis e princípios que regem o direito ambiental, passando pela Constituição Federal e pelas leis ordinárias. Conforme a advogada, um dos grandes problemas é que, diferente do direito criminal ou civil, por exemplo, não existe ainda no Brasil um Código Ambiental que reúna toda a legislação existente sobre o assunto.



Advogada Giselle Vieira, especialista em legislação ambiental


No entanto, Giselle considerou um grande avanço a inclusão do artigo 225 na Constituição Federal de 1988, que assegura que "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações".
Para assegurar judicialmente a proteção ambiental, a advogada ressaltou que existem três mecanismos jurídicos: a Ação Civil Pública, o Mandado de Segurança e a Ação Popular. "A ação popular é um instrumento muito interessante, mas que infelizmente pouca gente usa, talvez até por desconhecimento. Para se ter uma idéia, não é necessário nem mesmo advogado para se entrar com uma ação popular", frisou.

A presidente do Sindjor-MT, Keka Werneck, lembrou que a idéia desse curso surgiu das reuniões do sindicato que são realizadas todas as segundas-feiras na sede da entidade. A presidente do Sindjor-MT, Keka Werneck, lembrou que a idéia desse curso surgiu das reuniões do sindicato que são realizadas todas as segundas-feiras, às 18h30, na sede da entidade. “Percebemos a necessidade dos jornalistas refletirem a cobertura que se faz sobre o assunto de tamanha importância, local e internacional, percebendo inclusive as relações de poder e aproximando tudo isso à vida das pessoas, ou seja, mostrando o que tudo isso tem a ver com nosso dia-a-dia, com a nossa qualidade de vida”, disse.

“Além de discutir meio ambiente queremos chamar atenção da mídia e dos jornalistas para o III Congresso Brasileiro de Jornalistas Ambientais, que irá acontecer em outubro em Cuiabá”, afirmou o jornalista e membro do NEM, André Alves citando que o I Congresso ocorreu em 2005 em Santos (SP) e a segunda edição em Porto Alegre (RS).

O próximo encontro está marcado para o dia 14 de abril com a palestra “Economia Ecológica e REDD – Reduções das Emissões de Desmatamento e da Degradação”, com o economista, mestre em Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente pela Unicamp, João Andrade. E no dia 18 de maio, está programada a palestra “Povos indígenas, conservação e uso dos recursos naturais”.
O curso tem o apoio do Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad) e Instituto Centro de Vida (ICV). As inscrições para o curso de Jornalismo Ambiental são gratuitas e podem ser encaminhadas para o endereço eletrônico nucleodosmatos@gmail.com. Informações pelo portal www.dosmatos.org.br ou pelos telefones (65) 8411-4983 e (66) 92169380.

Congresso - O III Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental será realizado entre os dias 9 a 12 de outubro, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá, e terá como tema central o meio ambiente versus projetos de desenvolvimento. A programação contará com palestras, mesas redondas, cursos, apresentação de trabalhos acadêmicos, exibição de filmes e várias atividades culturais.

Fotos: Dafne Spolti (Estudante de Jornalismo da UFMT)

ADEUS AO ANDRÉ XAVIER


+++ NOTA DE FALECIMENTO+++


Faleceu, em casa, às 11h30 da manhã de hoje (25.03.2009), o jornalista André Xavier, 52 anos, em decorrência de um câncer no pulmão. André passou por tratamento quimioterápico, mas não resistiu ao agravamento da doença. Há dois domingos, o coral do Sindjor-MT "Na Boca do Povo" foi à residência do jornalista, cantar para ele, que sempre, com seu violão, alegrou festas e encontros de confraternização da categoria. Ele sorriu e chegou a pedir ao coral para cantar de novo, mas já era clara a gravidade da situação. O Sindjor-MT lamenta o passamento do colega e já se colocou à disposição para possíveis necessidades. E agradece os que colaboraram com a campanha de apoio ao André, lançada nos últimos dias, devido às necessidades do colega, que não tem parentes aqui.

Ainda não há informações precisas sobre onde será o velório e o sepultamento. Mais informações serão repassadas sobre essas questões assim que for possível, dentro das próximas horas.

O último trabalho de André foi na Secom do Estado. Por conta disso, o Governo do Estado está providenciando a liberação do corpo e questões relativas ao sepultamento.

Mais informações
http://www.secom.mt.gov.br/ng/conteudo.php?cid=49333&sid=52


A DIRETORIA

24 de mar. de 2009

OU VAI OU RACHA



MOMENTO DE DECISÃO


Atenção categoria,

SINDJOR-MT INFORMA:

Matéria sobre obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo entra na pauta do STF dia 1º de abril. Que data infeliz!
Sabendo que o relator e presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, como relator do processo, já se pronunciou contra nossa categoria.
Torçamos para que não desregulamentem nossa profissão.
E acompanhem os fatos. Leia matéria no site da Fenaj.

http://www.fenaj.org.br/materia.php?id=2491

A DIRETORIA

23 de mar. de 2009

CEARÁ - O Povo e Diário do Nordeste empurram jornalistas e gráficos para a greve

Jornalistas e gráficos distribuem nota pública denunciando a intransigência dos jornais O Povo e Diário do Nordeste nas negociações das duas campanhas salariais. "Por serem categorias cujas reivindicações não ganham as páginas de jornal, pois os patrões são os próprios donos dos periódicos, jornalistas e gráficos precisam se desdobrar para furar o bloqueio da grande mídia e fazer a sociedade tomar conhecimento de suas reivindicações", diz a nota, que pede o apoio da sociedade à greve das duas categorias. Leia abaixo a nota na íntegra:

Nota

O Povo e Diário do Nordeste empurram jornalistas e gráficos para a greve

Jornalistas e gráficos do Ceará vivem um momento delicado, e por causa da intransigência dos donos do Diário do Nordeste e do O Povo em negociar, os trabalhadores decidiram, nesta quarta-feira (18/3), entrar em greve por tempo indeterminado. Foi a alternativa que restou diante do desrespeito patronal. Nesta luta, temos a adesão do movimento sindical e esperamos contar com a sensibilidade e o apoio da sociedade.

A campanha salarial dos jornalistas se arrasta desde setembro de 2008 e a dos gráficos desde novembro. O desrespeito se tornou prática corriqueira na relação das empresas com os empregados, postura que expõe a inconsistência do discurso de responsabilidade social estampado nas páginas dos dois jornais.

Nas duas últimas manifestações dos trabalhadores contra o aviltamento salarial, os empresários tentaram intimidar jornalistas e ameaçaram os funcionários que participassem do movimento. Em 23 de dezembro, o Diário do Nordeste acionou segurança privada e a PM para desmobilizar a categoria em protesto diante da empresa. Em 6 de março, O Povo fez o mesmo e ainda cercou o prédio com grades de ferro.

De algozes, os empresários usam o espaço dos próprios veículos para se passarem por vítimas, relatando versões favoráveis a eles e distorcendo fatos para macular a imagem do movimento sindical. Por serem categorias cujas reivindicações não ganham as páginas de jornal, pois os patrões são os próprios donos dos periódicos, jornalistas e gráficos precisam se desdobrar para furar o bloqueio da grande mídia e fazer a sociedade tomar conhecimento de suas reivindicações.

O contexto é desfavorável aos profissionais, mas também à sociedade, haja vista que um Jornalismo de qualidade tem relação direta com as condições de trabalho e remuneração de jornalistas e gráficos. Os patrões insistem em oferecer 0% de ganho real no reajuste do piso salarial dos jornalistas e propõem apenas 0,5% para os gráficos. Impõem as mesmas propostas já recusadas pelos trabalhadores e ignoram a reivindicação conjunta de reajuste: 1,02% acima da inflação.

Enquanto os jornalistas querem elevar o piso de R$ 1.152,00 para R$ 1.246,95, os empresários só querem pagar R$ 1.234,36. Os R$ 82,36 que os patrões se propõem a dar em 2009 é inferior ao reajuste de R$ 100,00 conquistado na campanha salarial de 2004. O que os jornalistas pedem hoje é apenas R$ 12,59 a mais que os R$ 82,36 oferecidos pelas empresas, o que resultaria em R$ 94,95, valor ainda menor que o reajuste de 2004.

Os empresários insultam a categoria quando se negam a oferecer R$ 12,59, mas contratam, a R$ 12 mil por dia, segurança privada para reprimir os trabalhadores. O valor é suficiente para pagar por mês o reajuste de quase 1.000 jornalistas que recebem piso salarial. Os R$ 12,59 fazem muita diferença no orçamento dos trabalhadores, mas pouco interferem na confortável situação financeira das empresas. Em 2007, O Povo lucrou R$ 1,78 milhão e o Diário do Nordeste, R$ 2,5 milhões.

Por mais respeito a gráficos e jornalistas, estamos em greve e pedimos o apoio de toda a sociedade cearense.

Fortaleza-Ceará, 18 de março de 2009

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará - Sindjorce
Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Gráfica, da Comunicação Gráfica e dos Serviços Gráficos do Estado do Ceará – Sintigrace

ESCOLA DE ARTES DA UFMT OFERECE CURSO DE DOCUMENTÁRIO

A Escola de Artes da UFMT está com matrículas abertas para o 1º Módulo do Curso de Cinema documentário, Introdução ao Cinema Documentário.

O primeiro módulo é a parte teórica do curso, onde os alunos terão a oportunidade de conhecer a história e o processo criativo do documentário, através de exibições de filmes, bate-papos e exercícios de roteiro e dicas para elaboração de projetos.

O curso será ministrado pela premiada cineasta Bárbara Fontes que dirigiu documentários aclamados pela crítica e público como “Arne Sucksdorff:Uma Vida Documentando a Vida”, “Vila Bela: Terra de Colores (vencedor do Doctv II) e o musical produzido pelo Sebrae MT “Canção Mato-grossense” – Hino de Mato Grosso.

É o segundo ano que o curso é oferecido pela Escola de Artes. Ano passado, os alunos realizaram o documentário “Sayonara” – sobre a boate de Cuiabá mais famosa do Centro-Oeste. Lançamento em breve!

Turmas:

Segunda: 18:00 às 20:30 (23/03)

Quinta: 18:00 às 20:30 (26/03)

Valores:

Matrícula: R$ 40,00
Mensalidade:R$ 90,00



Mais informações: 3615 8354 (Evelyn)

20 de mar. de 2009

ATA DA REUNIÃO ORDINÁRIA DO DIA 16 DE MARÇO DE 2009

No dia 16 do mês de março do ano de dois mil e nove, reuniram-se na sede do Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor-MT) para reunião ordinária às 19h00 membros da diretoria do sindicato e demais jornalistas para tratar das pautas: Informes; 1 - Interior; 2 - Tarefas não Cumpridas; 3 - Campanha Salarial; 4 – Materiais Sindjor 5 – Construção da Sede; 6 – Reunião Executiva Fenaj. Informes: Keka informou que o Coral na Boca do Povo foi cantar para o jornalista André Xavier, disse que a situação de saúde dele é grave, que ele não possuiu familiares presentes, e que ele está com dificuldades financeiras graves, e que a Nena (pessoa que cuida do André) solicitou ajuda do Coral para alimentação e para fraldão; Márcia sugeriu uma campanha “Campanha de Solidariedade ao André Xavier” para arrecadar alimentos, fraldão ou dinheiro. A proposta foi aceita e será lançada já nesta terça-feira (17). Keka informou que houve uma proposta de um shopping da cidade levar o coral do Sindjor para cantar nas redações no dia do jornalista; Keka colocou a posição contrária e depois de alguma discussão com o grupo foi entendido que não era o ideal; a decisão foi de que só será possível buscar recursos públicos por meio de projetos; Keka disse que o Coral solicitou recursos para xérox das partituras; Alcione sugeriu que retomemos o Fundo de Mobilização; Márcia sugeriu a destinação de 3% da arrecadação do Sindjor para o fundo e a proposta foi aprovada; Keka informou que hoje houve audiência pública sobre transporte coletivo e que foi definido, por meio de um abaixo assinado das entidades contrárias ao aumento do valor da tarifa e que o Sindjor-MT é signatário, já que deliberou por entar nessa luta. Que esse abaixo assinado será encaminhado ao Ministério Público. Haverá ainda a tentativa do agendamento de uma audiência com o juiz que estiver analisando a matéria. André Alves informou que está tentando animar o João Negrão e o Enock para pensarem projetos culturais; André informou que foi remodelado o calendário de reuniões para discutir jornalismo e meio ambiente (Sindjor, NEM, Formad, ICV), a proposta que a primeira reunião seja no dia 24 de março para discutir unidade e conservação e instrumentos legais: palestrantes: Gisele – advogada do ICV – e a jornalista Andréia Fanzeres, e que precisa do Sindjor para viabilizar o local; informou ainda que está organizando o primeiro Congresso de Jornalismo Ambiental e que deseja a parceria do Sindjor desde a organização do evento, Márcia Raquel se dispôs a colaborar. INTERIOR – Keka informou que recebeu reclamação de Rôo que o salário no Diário Regional está atrasado três meses e que havia surgido a informação de que se o salário não saísse até as 15h de um determinado dia os funcionários que quisessem poderiam sair, mas que depois de algumas manifestações, uma vez que o salário não foi pago, surgiu ameaças de demissões; que levantou informações sobre o Diário Regional de Sinop se encontra na mesma situação; Keka informou que Eduardo Ramos está convocando reuniões ordinárias semanais; e que em Rôo, o Sindjor encaminhou fazer um ato no dia 31 de março “um dia de luta”; Segue cópia da Ata com as deliberações do Sindjor em Rondonópolis: A principal deliberação foi a organização de um ‘Dia de Luta’ para reclamar os direitos trabalhistas da categoria. A sugestão veio ao analisarmos a situação dos colegas do jornal ‘Diário Regional’, que estão com praticamente três meses de salários atrasados. A questão do Diário Regional será um dos destaques da mobilização, que vai reivindicar também o cumprimento da legislação específica (em especial no que tange à jornada de trabalho e a obrigatoriedade da contratação de profissionais regularizados para exercerem funções privativas dos jornalistas). Também será cobrado a realização de concurso público para preenchimento das vagas de jornalistas na Câmara Municipal e na Prefeitura Municipal de Rondonópolis.
O ‘Dia de Luta’, que compreenderá, a priori, as seguintes ações:
- Audiência com representante do Ministério Público do Trabalho (Terça-feira / 16-03)
- Audiência com representante da Delegacia Regional do Trabalho (Terça-feira/ 16-03)
- Reunião com presidente da Câmara ou secretário legislativo de Imprensa (Falta definir data)
- Reunião com Prefeito ou secretário legislativo de Imprensa (falta definir data)
- Dia de Protesto - 31 de Março: Neste dia convidaremos todos os colegas que trabalham em empresas de comunicação a usarem uma fitinha preta na parte superior do vestuário, em sinal de protesto. Tentaremos negociar com os veículos uma forma de dar visibilidade pública ao nosso manifesto, mas, independente disso, o ato já terá um efeito importante no sentido de sinalizar para a sociedade a nossa disposição de luta. O Sindjor – Cuiabá, decidiu que vai aderir também ao Dia de Luta e Mobilizar Sinop, bem como levar as informações à reunião junto a SRT. TAREFAS NÃO CUMPRIDAS – Márcia ainda não finalizou a ata da AG do dia 09.03.08. CAMPANHA SALARIAL – Convocar, via edital as seguintes empresas:

1.TV Centro América,
2.Grupo Gazeta,
3.Grupo Sávio Brandão,
4.Grupo Diário de Cuiabá,
5.TV Rondon,
6.Record News,
7.SBT,
8.Circuito MT,
9.Correio Várzea-grandense,
10.Mídia News,
11.Olhar Direto,
12.RD News,
13.A Tribuna
14.O Documento
15.Só Notícias
16.Rede Tv
17.Band. Sinop.

Datas sugeridas para convocação das empresas: 30 e 31 de março e 02 e 03 de abril e que em Rondonópolis e Sinop (A Tribuna e Só Notícias), será feito contato para saber o local que ocorrerá a reunião. Levantar número de jornalistas e de jornalistas sindicalizados, em cada um desses veículos. Keka sugeriu confecção de algum material para a campanha salarial, como garrafas de água com a logo do Sindjor e uma frase da campanha salarial. Material Sindjor – As bolsas já estão novamente no Sindjor reforçadas. Construção da Sede; Alcione conversou com um arquiteto para fazer uma segunda proposta para a construção da Sede e sugeriu uma conversa com um terceiro arquiteto também. Keka vai fazer o contato com o terceiro arquiteto. Reunião Executiva Fenaj: A Keka vai a reunião da Fenaj em Brasília nos dias 21 e 22 de março. Não havendo mais nada a tratar, a presidente, Keka Werneck encerrou a reunião e eu, Márcia Raquel, lavrei a presente ata.

Márcia Raquel
Secretária Geral do Sindjor-MT

EU ME PREOCUPO!


Curso de jornalismo ambiental começa na terça-feira


Começa na terça-feira, 24 de março a primeira etapa do curso de jornalismo ambiental promovido pelo Sindicato dos Jornalistas do Mato Grosso e Núcleo de Ecomunicadores dos Matos, uma ong de comunicadores e educadores ambientais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul
Os encontros serão realizados mensalmente, às terça-feiras, às 19 horas, no auditório da ADUFMAT – Associação dos Docentes da UFMT, no campus I da UFMT. O objetivo é apresentar aos participantes questões que possam colaborar na realização de materiais jornalísticos voltadas para temas socioambientais, bem como debater assuntos atuais, tais como o mecanismo de REDD – Redução das Emissões de Degradação e Desmatamento.
Nesta terça-feira, as discussões serão sobre legislação ambiental e unidades de conservação com a jornalista Andrea Fanzeres, repórter do jornal ambiental O Eco, que trabalha com o tema desde que cursou o programa trainee em meio ambiente na Fundacão O Boticário, em 2005 e com a advogada Giselle Vieira, coordenadora do Escritório Modelo Ambiental da Faculdade de Direito da UFMT. A programação do curso segue no dia 14 de abril com o tema Economia Ecológica. Em maio o encontro será no dia 18 e abordará as questões indígenas.
“Mato Grosso costuma ser destaque na mídia por seus problemas ambientais, mas também por suas oportunidades no campo ambiental. Isso faz com que o profissional de comunicação tenha de lidar frequentemente com o tema. Esse curso será um oportunidade de se aprimorar nas atuais questões ambientais. As palestras também servem como um aquecimento para o Congresso Brasileiro de Jornalistas Ambientais, que acontece em outubro em Cuiabá”, afirmou André Alves, jornalista e membro do Núcleo de Ecomunicadores dos Matos.
O terceiro Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental será realizado entre os dias 9 a 12 de outubro, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá, MT e terá como tema central o meio ambiente versus projetos de desenvolvimento. A programação contará com palestras, mesas redondas, cursos, apresentação de trabalhos acadêmicos, exibição de filmes e várias atividades culturais.
As inscrições para o curso de Jornalismo Ambiental são gratuitas e podem ser encaminhadas para o endereço eletrônico nucleodosmatos@gmail.com. Informações pelo portal www.dosmatos.org.br ou pelos telefones 65 8411-4983 ou 66 92169380. O curso tem o apoio do Formad – Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento e ICV – Instituto Centro de Vida.
O que: 1º Curso de Jornalismo Ambiental
Local: Auditório da Adufmat – Associação dos Docentes da UFMT
Oca da Adufmat – Campus I da UFMT
Horário: 19 horas
Inscrições gratuitas
Informações: 65 8411-4983 ou 66 92169380 ou 65 3621-3148


Programação:

24 de março
Abertura

Palestra: Legislação Ambiental: Tutela Jurídica Ambiental e Unidades de Conservação

Giselle Ferreira Vieira
Coordenadora do Escritório Modelo Ambiental da Faculdade de Direito - UFMT - Especialista em direito agro-ambiental.

Andreia Fanzeres
Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, cursou o programa trainee em Meio Ambiente na Fundação O Boticário, em 2005. Repórter do site O Eco.


14 de abril
Palestra: Economia Ecológica e REDD – Reduções das Emissões de Desmatamento e da Degradação
Palestrante: João Andrade - economista, mestre em Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente pela Unicamp

18 de maio
Palestra: Povos indígenas, conservação e uso dos recursos naturais
Realização:
Núcleo de Ecomunicadores dos Matos
Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso
Apoio: Formad e ICV

19 de mar. de 2009

SBT DE NOVA MUTUM CONTRATA

Jornalista na função de repórter
Contato: Edson dos Santos/Celular:(65) 8424.0445
E-mail: edsonjornalista_sbt@hotmail.com
Salário: R$ 1.500

DEMOCRATIZAÇÃO DA MÍDIA - Sociedade civil se articula para pré-conferências em MT


Foto: Dafne Spolti (Estudante de Jornalismo da UFMT)

A sociedade civil organizada já se está se articulando, em Mato Grosso, para a realização das pré-conferências municipais e estadual, que vão preceder a Conferência Nacional de Comunicação, a ser convocada pelo presidente Lula provavelmente para os dias 1 a 3 de dezembro deste ano, conforme ele já anunciou extra-oficialmente, porém publicamente.

Pela primeira vez na história do Brasil a mídia será matéria de uma conferência no país.

Coletivos em todos os estados estão se preparando para a Conferência Nacional, pelo menos desde o ano passado.

Em Mato Grosso, a articulação está sendo feita por meio Fórum Estadual pela Democratização da Comunicação (FEDC).

Fazem parte do Fórum o Conselho Regional de Psicologia (CRP), o Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor-MT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), a Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat), Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), a Rede de Educação Cidadã (Recid), a Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço), o Centro Acadêmico de Comunicação Social da UFMT (Cacos), o Diretório Central dos Estudantes da UFMT (DCE-UFMT), entre outras entidades. O Fórum é aberto à participação de movimentos sociais que tenham interesse em interferir no debate sobre as mudanças de rumo da mídia no país.

As reuniões do Fórum são semanais, às quintas-feiras, às 18h30, no CRP, que fica na rua 40 do bairro Boa Esperança, próximo ao colégio Máster Junior. Telefone para contato: 3627-7188.

Já está pré-definido que o Fórum vai realizar ao menos três conferências municipais em Mato Grosso e uma estadual.

O Fórum está agendando as primeiras audiências com os executivos municipais e estadual, já que eles é que devem convocar as pré-conferências. E também com deputados e vereadores de partidos já alinhados nacionalmente com essa luta.

Como é possível perceber pelas entidades ligadas ao Fórum, este não é um debate que interessa apenas a jornalistas, mas a toda a sociedade. Todos, portanto, estão sendo chamados para o debate.

Para a secretária geral do Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso, Márcia Raquel, esta não é uma luta contra a imprensa, muito pelo contrário. “É preciso compreender que a luta pela democratização da comunicação não é uma batalha contra a TV e o rádio. Pelo contrário, é uma luta para transformar esses mecanismos, que são concessões públicas, em instrumentos que realmente promovam a democratização das informações, independente de interesses comerciais e políticos dos que detém o controle do sistema. Ou seja, é preciso fazer da TV e do rádio a caixa de ressonância dos verdadeiros interesses e necessidades do povo brasileiro, que é o verdadeiro dono destes canais".

Na opinião de Fran Frasseto, secretário executivo do Sintep-MT, “a sociedade tem que ter acesso às informações de uma forma correta, com uma visão geral e não apenas da classe dominante”.

Para Mariana Freitas, estudante de Jornalismo da UFMT e diretora do DCE-UFMT, este é um momento muito importante. “Na nossa sociedade, a grande formadora de opinião é a mídia e quem manda na mídia é a burguesia. Então a gente precisa fazer com que o povo tenha acesso às comunicações e consiga passar a sua mensagem”.

Representando o Centro Acadêmico de Comunicação Social da UFMT, a estudante de jornalismo da UFMT, Dafne Spolti, diz que “é preciso lembrar que a mídia também é um dos setores da sociedade e que ela precisa ser democratizada para envolver as pessoas nas lutas por educação, reforma agrária, saúde, cultura, esportes”. Interesses eminentemente populares.

O estudante de jornalismo Johnny Marcus entende que informação confiável é direito constitucional. “Por isso, os meios de comunicação não podem atender a interesses privados, mas sim públicos.” Ele lembra que o marco da farra das concessões de rádios e TVs se deu em 1985, com o advento da Nova República, quando José Sarney assumiu a presidência da República e depois com Antônio Carlos Magalhães no Ministério das Comunicações. “A maioria das emissoras passaram às mãos de políticos e obviamente essa discussão não interessa a eles. Essa conferência é um pontapé inicial de um processo longo e doloroso. Mas a coisa como está não pode ficar. É um começo”.

O adoecimento da população, exposta à programação de uma mídia inconseqüente, é a principal preocupação do Conselho Regional de Psicologia (CRP). A presidente da entidade, Marisa Helena Alves, diz que o CRP já tem história nesse debate. “A mídia sempre nos preocupou e nos interessa a influência que ela exerce na formação da subjetividade humana. Estamos muito engajados e muito preocupados, lutando para que surjam leis, que regulamentem propagandas, tem a questão da criança, do desenvolvimento infantil, a questão do idoso, o uso de bebida alcoólica e outras drogas, etc.”

18 de mar. de 2009

Campanha de solidariedade ao jornalista André Xavier




O Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor-MT) pede uma força à categoria para ajudarmos ao jornalista André Xavier, que se encontra em estado gravíssimo por conta de um câncer no pulmão. Após o tratamento quimioterápico, os médicos já o liberaram, para ir para casa, onde possa descansar ao lado de familiares. Acontece que os parentes de André todos moram longe e quem está cuidando dele é a senhora Nena, faxineira dele. Ela diz que ele está preciando de apoio. No último domingo o coral do Sindjor-MT "Na Boca do Povo" cantou para o André, que sempre cantou para nós, acompanhado de seu violâo, nas festas da categoria. Ele estava, no momento, lúcido e foi muito emocionante para os integrantes do coral. Para quem puder ou quiser ajudar, as necessidades são as seguintes abaixo elencadas. Já pedindo que jornalistas organizem as arrecadações e avisem ao Sindicato (3025-4723, na parte da manhã), falando com Ednalva, que o Gilmar vai buscar as doações. Quem puder doar dinheiro ele será usado para pagar contas, como a do telefone que está cortado para fazer ligações e outras. Houve a sugestão de fazermos uma festa, mas por conta da urgência da situação, em reunião ontem foi deliberado que uma campanha poderia ser mais eficaz.

A DIRETORIA

André Luis Xavier de Andrade
C/C 15244-7
AG 2128-8
Banco do Brasil

Telefones para contato
Nena: 8436-3717
Fixo: 3631-4616

Doações
Fraldas adulto tamanho G
Frutas e verduras
Coca cola

Yo vengo a ofrecer mi corazon OUÇA BELA CANÇÃO DE ESPERANÇA


De Fito Paez, com Mercedes Sosa

http://www.youtube.com/watch?v=4bnj0Mp6wG8

VIAGEM GUEVARIANA DE ANDREA GODOY - PARTE II

Caros amigos jornalistas e companheiros de luta,

Pois é pessoal, como eu já havia falado, a Bolívia é mesmo surpreendente em todos os sentidos. Mas um setor que me surpreendeu negativamente foi o de serviços, especialmente de transportes e lá, para piorar, as pessoas não possuem o hábito de reclamar para gerentes ou órgãos como o Procon. O fato é que o setor de transportes atende muito mal. A impressão que tive é que eles pensam que a gente precisa deles, mas não eles da gente.
Indo para La Paz pensei que eu iria entrar em vias de fato com o motorista da empresa Bolívar, e tudo por causa de um reles xixi. Pois é, acontece que na noite anterior eu e a Val havíamos comido um pollo frito (frango frito) meio salgado. Daí eu tomei água a valer e fiquei com vontade de ir ao banheiro no ônibus. Para a minha surpresa, o banheiro não funcionava e não havia muitas paradas na Cordilheira dos Andes, por onde trafegamos.
O ônibus era de dois pisos. Eu desci, vi que o banheiro ficava trancado e perguntei para o motorista se ele iria parar. Ele disse que iria parar em Caracollo, um lugarejo ainda distante. Eu argumentei que estava apertada para ir ao banheiro e ele não deu muita bola. Voltei para o meu lugar, mas a situação estava difícil mesmo. Daí a Val foi interceder por mim. Pedir para ele parar em um daqueles restaurantezinhos da montanha. Ela perguntou também, em bom espanhol, como pode um ônibus fazer um trajeto tão longo, com idosos, crianças, sem paradas e sem nenhum banheiro, mas o cara não estava nem aí!
Chegou uma hora que eu não agüentava mais e desci lá determinada a aprontar um bafão. Bati na porta da cabine e nada de abrir, bati mais e mais forte com os dois punhos cerrados, e nada de abrir a porta, quando eu estava para meter minha bota no vidro, o cara abriu. Eu já estava cansada de tentar arranhar o espanhol e ninguém me entendia, daí rasguei o verbo em português mesmo. O diálogo que se seguiu foi este:
- É o seguinte...preciso fazer xixi !
- No compriendo señora...
- Ah não compreende? Pois eu vou explicar. Acontece que eu não sou de ferro, eu sou humana, bebi água e agora preciso fazer xixi. Eu quero mijar! E tem que ser agora senão eu entro aí na cabine e mijo do seu lado!
Disse gritando e já bem nervosa. Daí o cara parou perto de um povoadozinho, onde não havia qualquer sinal de banheiro. Lá fui eu fazer xixi no mato de novo, ou melhor, escondida no meio das rochas um pouco a frente do ônibus, pois não havia sequer um gramado. Para minha surpresa eu não era a única que estava precisando. Várias pessoas desceram comigo, incluindo a Val. E até o motorista se ajeitou para fazer um pipizinho. Que raiva! Ele que não queria ceder, não tinha esse direito!
A Val explicou que na Bolívia o povo é assim, por mais apertado ou por mais incomodado que esteja com a situação, não se reclama de nada. Mas também reclamar para quem?
Mas o pior não foi fazer xixi nas rochas. O pior foi que meu xixi estava muito demorado (eu estava ‘precisada’) e o motorista começou a sair com o ônibus ameaçando me deixar. Ele colocou o ônibus mais prá frente revelando meu esconderijo e para falar a verdade, acho que quem quis viu minha conchita! É por isso que tive que dizer mieerrrrrrda de nuevo!
Após cerca de uma hora e quarenta minutos paramos para almoçar em um restaurante ainda na Cordilheira. Fomos ao banheiro de novo e fiquei com dó das bolivianas. Havia muita gente apertada e até com dor de barriga, mas que não falava nada! Ficava quietinha lá no ônibus. Passei na frente do auxiliar do motorista que tirou sarro de mim, falando: “quiero mijar”.
Almoçamos uma sopa com grãos de trigo, umas batatas diferentes e carne desidratada. Estava gostoso. Depois veio um macarrão com frango. Estávamos com fome e comemos muito bem.





Depois de quase bater nos motoristas, nada como uma sopinha de trigo para acalmar os ânimos.

Havia chá de coca e até fiquei curiosa para experimentar. Mas após o episódio do xixi fiquei com medo de tomar mais líquidos. A coca in natura não prejudica a saúde e não dá barato nenhum. O chazinho cheira bem, mas havia um povo mascando as folhas lá dentro e o cheiro era igualzinho de cecê. Sovaqueira mesmo!

Cochabamba

Antes de falar de La Paz não posso me esquecer de contar sobre o nosso passeio no morro do Cristo de La Concórdia em Cochabamba. Para subir é preciso tomar um teleférico. A fila é enorme e ficamos esperando três longas horas talvez. Mas valeu a pena! A vista da cidade lá de cima é esplêndida. Bem diferente da nossa paisagem. No horizonte observamos a cidade rodeada pela cordilheira dos Andes e alguns lagos.






A vista esplêndida do morro do Cristo de La Concórdia.




Cristo de La Concórdia.

Também foi muito gostoso visitar os mercados populares de Cochabamba, que têm muitas frutas frescas, roupas e sapatos baratos, além de uma infinidade de coisas boas para se comer como castanhas e frutas desidratadas de todo tipo.


La Paz

Nossa pessoal deixe-me falar de La Paz. Que cidade esplendorosa! Ela fica dentro de uma cratera (é um buracão mesmo, quase igual Cuiabá, mas é diferente, pois fica nos Andes e o clima é sempre ameno com vento gelado). Ao entrarmos em La Paz, passamos primeiro pela alta La Paz, que é a parte periférica e pobre do município. Depois de mais alguns quilômetros vimos a cadeia montanhosa com picos nevados no horizonte e a cidade dentro da cratera. Descemos a cratera e pronto, estávamos em La Paz. A profundidade é de 600 metros.



Olha La Paz aí galera. Dentro da cratera. Que buracão legal né?

Ficamos na casa de um amigo da Val: o empresário Júlio. A casa ficava em uma região nobre e bonita da cidade com casas inacreditavelmente belas pela vizinhança. Era um tipo de Alphaville de La Paz. Tiramos algumas fotos por perto e ficaram ótimas.
La Paz é muito alta, fica a mais de quatro mil metros acima do nível do mar. No cume da Cordilheira chegamos a 4.496 mil metros de altitude. Muitas pessoas passam mal, sentem taquicardia, dor de cabeça. Graças a Deus não senti nada disso, pois me aclimatei bem, mas não posso dizer o mesmo dos nossos cosméticos. Eles ficaram com um pouquinho de pressão e querendo estourar dentro da bolsa. Abri meu delineador e ele fez igualzinho uma garrafa de champanhe: ssshhh. Pronto, espirrou no meu rosto inteiro! O creme de cabelo da Val também estourou e fez o maior estrago.



Paisagem do bairro Achumani, onde nos hospedamos na casa do Júlio.

A cidade de La Paz tem belíssimas praças, cheias de flores coloridas. É muito marcante a presença de violetas africanas e amores perfeitos de diversas cores. No dia seguinte à nossa chegada, fomos ao mercado e comprei um presentinho para minhas sobrinhas e um casaco de frio para mim, que foi muito providencial.
Fizemos esta compra em um grande mercado ao ar livre, tipo uma feira em meio às lojas, na região central da cidade. Os preços da Bolívia são baratos para os brasileiros. Cada real vale de 2,50 a 2,80 bolivianos e o casaco mesmo saiu a cerca de R$ 60,00. No Brasil não sairia por menos de R$ 180,00. Lá em Cochabamba, o Hostal que ficamos saiu por apenas Bls.$ 100,00 bolivianos, ou seja cerca R$ 40,00 para mim e Val. O turismo na Bolívia é bem viável, as passagens de ônibus para trajetos mais longos custavam no máximo Bls.$ 60,00. Deve ser esta a sensação de poder de compra que os americanos e europeus sentem no Brasil, com suas moedas mais valorosas que o Real.
Após a compra nós almoçamos com o amigo da Val, o senador Jorge Aguilera do partido ADN, de oposição a Evo Morales. Vejam só...nós saímos do Brasil e o senador nos levou justamente a um restaurante brasileiro lá! Mas tudo bem, a moqueca de peixe com arroz, pirão e o torresmo de entrada, estavam excelentes.
O senador nos falou que está inviável trabalhar no governo de Morales. A bancada do presidente, do partido MAS, é maioria no Senado e fica muito difícil a oposição emplacar algo. Depois o senador foi para uma sessão plenária e o motorista dele nos deixou em uma belíssima praça, cheia de monumentos para tirarmos fotos. Entramos em uma agência de viagens ali por perto e conversamos com uma amiga da Val, com a qual tomamos um café mais à noite. O café tanto da Bolívia quanto do Peru não é tão gostoso como o do Brasil. Na verdade é um “chafé”, bem ralinho, igualzinho dos estadunidenses.



Val em meio às flores de La Paz.


Pessoal, La Paz é muuuuito frio, mas é uma delícia. Matei minha vontade de vestir casaco e bota. Estamos no verão e o clima durante o dia é em média de 14° Celsius. À noite a temperatura cai e fica ainda melhor. O Julio me disse que no inverno é que a coisa fica gelada. Ele falou que a temperatura cai para - 5°C.

A frota antiga de La Paz

Não pude deixar de reparar o quanto a frota de La Paz é defasada. Aliás, em todas as cidades da Bolívia há carros muito antigos. Há Corollas que já não se produzem mais e velhos carros ingleses, cujo painel fica do lado direito e o volante, adaptado para o trânsito de lá, fica do lado esquerdo.
Mas o problema com os carros velhos não é apenas visual, é, sobretudo ambiental. Os escapamentos baforam fumaça negra. Se permanecermos em uma rua muito movimentada sentimos mal estar respirando o monóxido de carbono e o dióxido de enxofre, entre outros gases nocivos. Sabemos, no entanto, que esse problema é social. Os países mais desenvolvidos vendem seus dejetos (carros velhos) para a Bolívia. Na outra segunda-feira conto para vocês como continua a aventura guevariana pela América Latina. Da próxima vez, porém, no Peru. Um grande beijo!


Das amigas Andrea Godoy (jornalista) e Val Carvalho (turismóloga).

11 de mar. de 2009

Seminário: Crise econômica ou crise política?


Márcio Pochmann é professor doutor da Unicamp


Doutores e mestres refletem sobre conjuntura política, social e econômica na UFMT

Márcio Pochmann e Osvaldo Coggiola estão entre os doutores e mestres que virão a Cuiabá na próxima semana para o seminário “Crise econômica ou crise política?”, organizado pelo Centro Acadêmico de Ciências Sociais da UFMT. As discussões serão em torno da crise econômica que começou nos Estados Unidos no final de 2008 e as relações entre Estado e Capital precedentes e procedentes a esta crise.

“Este seminário pretende ser um espaço de reflexão acadêmica, política e social daqueles que ainda não perderam a crença na capacidade – coletiva – dos homens de fazer história. Afinal, essa é, também, uma decisão política”, explica o folder de divulgação do evento.

A estudante Sandra Ferreira, integrante da comissão organizadora do evento, disse que a idéia surgiu da necessidade de levar as discussões políticas também para a população, visto que estes assuntos ainda são recebidos com certo preconceito e tem pouco espaço na sociedade. “É o primeiro evento que organizamos e estamos tendo um retorno positivo, pois com dois dias de inscrições todas as vagas foram preenchidas”.

Estudantes de vários cursos da Universidade Federal e também de outras instituições preencheram as vagas. Na próxima quinta-feira (12.03), as inscrições reservadas aos patrocinadores e apoiadores que não forem confirmadas poderão ser disponibilizadas para outros interessados.

As inscrições devem ser feitas no Departamento de Sociologia e Ciência Política da UFMT, entre 14h e 21h30. Outras informações por meio do telefone 3615-8478, em horário vespertino e noturno, 8457-7395 (Orlando) ou 8404-3614 (Jelder).

A abertura do evento será no anfiteatro da UFMT no dia 16.03 e as palestras dos dias seguintes serão no auditório do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde III (CCBS III), sempre às 19h.

Programação
16/03 – A crise contemporânea
Palestrantes: Prof. Dr. Márcio Pochmann – UNICAMP/IPEA
Prof. Dr. Osvaldo Coggiola – USP

17/03 – Reflexões sobre a propriedade
Palestrante: Prof. Ms. Leandro Benitez – UNICURITIBA

18/03 – Estados falhados
Palestrante: Prof. Dr. Saulo Rodrigues – UNIRONDON

19/03 – Os limites da democracia
Palestrantes: Profa. Ms. Alair Silveira – UFMT
Profa. Ms. Juliana Ghisolfi – UFMT

20/03 – A criminalização dos movimentos sociais
Palestrantes: Daiane Renner – Representante do Movimento Estudantil
Solange Serafim dos Santos – Representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Prof. Dr. Roberto Boaventura – Representante do Movimento Sindical

* Luana Soutos

10 de mar. de 2009

Sobre críticas construtivas e destrutivas

No final de 2008, a Diretoria Executiva do Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor-MT) foi surpreendida por uma crítica da economista Adriana Vandoni, articulista e blogueira em Cuiabá. Ela solicitou à entidade um posicionamento imediato sobre a pressão jurídica que vem sofrendo de Luiz Antônio Pagot, citado em artigo assinado por ela. O Sindjor deu abertura para que a economista levasse a causa à reunião ordinária do dia 12 de janeiro, já que no dia em que ela fez a solicitação a entidade estava em recesso de natal e reveillon. E todas as decisões são tomadas democraticamente nesse fórum.

Não sendo atendida de imediato, ela se achou no direito de atacar a diretoria do Sindjor-MT e a toda a categoria, com um texto ofensivo e sem aprofundamento da causa.

O texto em questão insinua que o Sindjor faz "negociatas" e "atrelamentos" com representantes do poder pelo fato de ter re-conquistado o direito de usar um terreno concedido pelo Estado por 50 anos e de conseguir o comprometimento de 21 dos 24 deputados estaduais com indicação de emendas parlamentares para a construção da sede própria da entidade.

É importante ressaltar que, se houver disponilização de fato das emendas, o dinheiro não passará pelo Sindjor. O Estado abrirá licitação para a construção do prédio, que é e será dele mesmo, já que se trata de uma concessão de terreno. Tudo que for erguido sobre ele é do povo de Mato Grosso.

É importante salientar também que o prédio do Sindjor será, por força da nossa luta, uma referência na capital. A idéia é usar placas de energia solar para o abastecimento interno e processo de captação de águas das chuvas, para o uso em descarga e jardinagem e outros. É também idéia consolidada criar uma sala de imprensa, para o uso da categoria; o museu da imprensa, para visitação pública; e, ainda a ser melhor elaborado, um projeto de biblioteca ou laboratório de informática para uso da comunidade. O sindjor entede ser função de um sindicato o desenvolvimento de projetos sociais e culturais.


O assunto foi pauta da primeira reunião de 2009 do Sindjor-MT e o encaminhamento tomado foi o seguinte: se temos que esclarecer fatos e dar explicações, que seja para a categoria, um novo esclarecimento, explicando passa a passo, como se deram as discussões e como conquistamos a chance de o Sindjor ter um local adequado para se organizar e mobilizar.

Passo a passo

- O Sindjor-MT buscou junto ao Estado, em audiência com o governador Blairo Maggi, dia 1 de março de 2008, inicialmente um prédio público para sair do aluguel, que é caro, mediante o orçamento baixo da entidade, que gira em torno de R$ 3 mil. Na conversa, surgiu a possibilidade de cessão de um terreno pequeno porém bem localizado dentro do CPA.

- No dia 10 de junho de 2008 o Sindjor-MT e o atual secretário de Administração (SAD), Geraldo de Vitto, assinam o termo de concessão de um terreno de 1.024,10 metros quadrados localizado próximo à Defensoria Pública, ao Ministério Público Estadual e à Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB/MT). O termo de concessão de uso é válido por 50 anos, desde que no prazo de 24 meses, o terreno tenha sido aproveitado.

- A pergunta de então era: como construir a sede do Sindjor sem dinheiro? Várias propostas surgiram, desde aumentar a mensalidade dos sindicalizados, venda de rifas, busca de patrocínios e recorrer a recursos públicos.

- Na ata do dia 14 de junho consta que: “A idéia é lançar durante a festa a preocupação de que é preciso uma campanha de arrecadação para construir a nova sede, senão perderemos novamente perder o terreno, estratégias para buscar parceiros para arrecadar dinheiro para construção e também pensar em buscar deputados estaduais para emendas parlamentares e garantir a obra(...) pode ser feito também gestão junto aos ministérios para destinação de verbas para obra”.

- Além de festas, que na verdade dão mais trabalho do que dinheiro, o Sindjor-MT decidiu enviar para todos os deputados solicitação para que disponham de parte das emendas para a construção da sede do Sindjor. E 21 deputados estaduais já se comprometeram a destinar R$ 20 mil, cada um.

- Mantendo total transparência de todo o processo, o blog do Sindjor publica no dia 16 de dezembro de 2008 a convocação para descerramento da placa: “Na próxima quinta-feira, dia 18, às 9 horas da manhã, estaremos descerrando a placa, que fixa, formalmente, nossa sede no terreno concessionado pelo Governo do Estado ao Sindjor-MT, por 50 anos, prorrogáveis por mais 50”.

- No dia 18 de dezembro ocorre o descerramento da placa e Keka diz na matéria: "Por duas outras tentativas o Sindicato lutou para conseguir o terreno, e erguer uma sede para categoria exercer o direito de se organizar e lutar pelos seus direitos trabalhistas e por outras questões".

O site www.supersitegood.com.br, tocado pelo polêmico Villa, também criticou o Sindjor, considerando os caminhos escolhidos uma declaração de "peleguismo explícito".

Na categoria também há reações contrárias à decisão de buscar no Estado apoio para a construção da nossa sede.

Por conta disso tudo, ontem, 09.03, em Assembléia Geral, o assunto foi posto em pauta. E a maioria entendeu que esse é um caminho digno, que isso não interfere nas nossas lutas absolutamente, que quem se atrela ao governo e ao poder econômico não são os jornalistas mas as empresas. Que vamos seguir na luta, com independência e transparência, sempre pensando em construir não só a nossa sede, mas a força dos trabalhadores da imprensa, para que percebam o quando somos importantes para a garantia de uma sociedade democrática e popular. E, por consequência, justa.

A Diretoria

9 de mar. de 2009

VIAGEM GUEVARIANA DE ANDREA GODOY

Caros amigos jornalistas e companheiros de luta,

Nunca na minha vida eu sonhei em ir tão perto e tão longe ao mesmo tempo! Calma, eu explico. É que passei as férias na Bolívia e no Peru. Bem aí do nosso lado, inteiramente acessível por terra. Mas a natureza, o povo, a culinária, são tão diferentes do Brasil, que pensei mesmo estar em outro planeta. Em um mundo paradisíaco sabem? Onde cachoeiras nascem do alto das montanhas nevadas, os vulcões aparentemente “adormecidos” fazem os lagos entrarem em constante ebulição, onde as lhamas, vicuñas e alpacas pastam elegantemente, onde os índios ostentam orgulhosos suas danças e folclore, que preservam com o zelo de quem preserva um diamante. Enfim queridos, quero compartilhar essa experiência única na minha vida com vocês de uma maneira informal e com pitadas de humor.

Quem me guiou nessa viagem foi minha querida amiga e irmã em Cristo Val, que é turismóloga, mestre em desenvolvimento regional e tem um projeto grandioso de integração dos países da América Latina por meio do turismo. Na verdade, apesar de passear bastante, Val viajou mais a trabalho mesmo.

Nós saímos do Brasil no dia sete de janeiro deste ano. No dia anterior viajamos de Cuiabá para Cáceres, onde dormimos na casa de parentes da Val. Bem cedinho na manhã seguinte pegamos um ônibus para o Corixa, uma região neutra de fronteira. Após fazer o registro na imigração boliviana chegamos à atrasada cidade de San Matias, onde as ruas de terra sujam as casas e os moradores de pó o dia inteiro. Devido à época de alta temporada, os ônibus para San Ignácio de Velasco estavam todos lotados. Ficamos no mato sem cachorro! Não queríamos dormir naquele fim de mundo. A Val procurou então o prefeito da cidade, que é conhecido dela, mas apenas a primeira dama estava lá. Ela arrumou o único jeito para viajarmos: em pé sacudindo no ônibus.
No começo até foi festa viajar em pé, mas após umas quatro horas sacolejando nas estradas de terra, eu não resisti: vomitei até os bofes. Sentei no chão encardido algumas vezes. Um senhor de idade, que se compadeceu de nós, nos ofereceu o assento dele por alguns momentos. Tive que sentar no colo da Val. Foi a redenção, já que ao todo a viagem durou seis horas.



Fazer o quê? O jeito foi sentar no chão ou no colo da Val.


Em San Ignácio de Velasco fomos acolhidas na casa do prefeito Erwin Méndez Fernandez, amigo da Val. Ele e a família nos trataram super bem. O casarão era uma graça, com colunas barrocas e uma grande área central, cercada pelos quartos, todos talhadinhos de madeira.
Os amigos da Val, o empresário do setor turístico e madeireiro Edmundo, o funcionário dele Edivaldo e o guia municipal de turismo Jesus, fizeram as honras de nos levar para comer um delicioso tucunaré frito. Depois eles nos levaram a um karaokê, onde eu e a Val tiramos fotos. Eles, porém, cantaram um pouco. No dia seguinte, o prefeito e a família dele, nos prepararam peixe ensopado com um arroz típico da região: cozido no leite e com queijo. Tiramos várias fotos na igreja barroca e na praça da cidade. A arquitetura chiquitana é uma mistura da arte espanhola barroca e dos desenhos indígenas locais, que adornam portas e janelas. Coisa linda mesmo!


Dá só um look no interior da igreja de San Ignácio pessoal.
Muita pintura de ouro e madeira talhada, que graça!

Dormimos apenas uma noite em San Ignácio e seguimos para Santa Cruz de La Sierra. Para nosso alívio, parte da estrada já tinha asfalto. No meio do trajeto nos demos conta de que havíamos deixado a máquina fotográfica pra trás. Tarde demais. Porém, por providência divina, um amigo da Val nos trouxe a máquina na tarde do dia seguinte. Só é pena que não tiramos foto alguma de Santa Cruz na ida.
Santa Cruz de La Sierra é bem mais desenvolvida economicamente. A cidade é mesmo linda, com belos cafés, bares e restaurantes. Ronaldo (todos aqui são amigos da Val), um economista que trabalha com economia solidária na prefeitura local, nos levou para passear.

Fomos ao zoológico e eu e a Val nos lembramos de nossas sobrinhas. Do quanto elas gostariam de ver as onças, os pumas e os macaquinhos, que nos divertiram muito com as macaquices. Comemos pêssego na rua e estava delicioso. Suculento e doce. Na Bolívia há frutas frescas e baratas a venda na rua o ano todo. Figo roxo, cerejas frescas, ameixa, pêssego...ah também provei a tuna, uma frutinha que vem do cactus e o sabor é bem parecido com o do kiwi.

Em Santa Cruz dormimos da casa da empresária de turismo Verônica. No dia seguinte bem cedo, partimos para Cochabamba. Eu e Val tomamos uma decisão: viajar de táxi coletivo até Cochabamba, em vez de pegar o ônibus. O problema com o ônibus é que ele iria demorar até dois dias para chegar ao destino porque iria pegar uma estrada antiga, já que havia um desmoronamento na estrada mais curta: a região montanhosa de Chapari. Os desmoronamentos nessa estrada acontecem naturalmente todo ano nessa época, visto que chove muito na região. Escolhemos nos arriscar assim mesmo pelo Chapari.

Nos táxis, porém, descobrimos uma máxima boliviana: sempre cabe mais um. Onde deveriam ir no máximo cinco pessoas, entravam seis, sete, oito! Fomos apertadas em várias ocasiões. Sem contar, que o primeiro táxi que pegamos teve os dois pneus do lado esquerdo estourados por um bloco de pedra. A pedra surgiu do nada, no meio da pista ainda em Santa Cruz. Em cada povoado trocávamos de táxi para seguir o rumo. Em um deles, enquanto eu e Val encaixávamos nossos quadris no banco dianteiro ao lado do motorista, dizendo que não caberíamos juntas ali, o motorista da etnia quechua dizia em seu dialeto que as bolivianas se ajeitam mais facilmente e são menos exigentes. Val respondeu em espanhol, que se ele falasse mal de nós, ela lhe daria um soco na cara, em tom de brincadeira. Todos riram.

Fizemos amizade com bolivianos dentro do táxi. Um deles, gerente da concessionária de energia elétrica, havia deixado o carro dele na cidade seguinte e nos deu carona por um bom trecho adiante. Ele gostou muito dos louvores que eu e Val viemos cantando dentro do carro. Alguns em espanhol do cantor mexicano Marcos Witt. “Yo te busco, com fuego em mi corazón”, e por aí vai. Tomamos café da manhã juntos em um belo hotel na beira de estrada. A refeição com suco, pão e ovos mexidos estava deliciosa. Depois eu e a Val tomamos outro taxi e nos despedimos do amigo.


Nossos queridos amigos bolivianos. Como é bom fazer amizades!

Essa viagem pela região Chapari foi muito divertida, nós rimos demais. Antes do desmoronamento havia uns seis quilômetros de caminhões parados, esperando as obras do governo se completarem para seguir viagem. Tivemos que pagar 15 bolivianos para que os mototaxistas nos levassem até a zona de desmoronamento. O carinha que me levou na moto estava com a bochecha até fofa de tanta folha de coca que mascava, como vocês podem ver na foto. O tom da aventura foi a corrida dos mototaxistas por entre as filas de caminhões que iam e vinham. Era um verdadeiro corredor da morte! Ai que medo!



Olha o tamanho da bochecha desta criança! Cheinha de folhas de coca. Hehehe.

É claro que não caminhamos no exato local do desmoronamento. O trecho estava interditado, cheio de máquinas e homens trabalhando. O exército fez um desvio pelo mato e lá fomos nós, como formiguinhas carregando aqueles mochilões enormes nas costas e o notebook. O mochilão da Val estava mais pesado que o meu e tive que pedir a um soldado que o carregasse pelo menos na subida íngreme.




Olha o mochilão da Val!




A máquina do governo retirando a terra da pista.


Do outro lado do desmoronamento pegamos uma van e a viagem foi esplêndida. As montanhas são primorosas, todas coloridas como uma colcha de retalhos, com faixas de flores amarelas, de grama verde, de casinhas de collas (uma etnia indígena da Bolívia). Há várias cachoeiras descendo nos recortes das pedras e a música andina colocada pelo motorista da van se encaixou perfeitamente na paisagem. A flautinha soa muito gostoso e as letras falavam de ufanismo, “mi querida Bolívia” ou de amor... “mi vida, mi córazon, mi amor, te necesito”! Ai, ai, ai !
Quando acabou o cd pedimos para o motorista colocar mais música e adivinhem só? Em vez de colocar canções andinas como esperávamos, o cara colocou uma seleção dos maiores sucessos das danceterias da década de 80! Havia umas músicas inacreditáveis. Teve uma que o “cantor” achou o arroto dele musical, gravou e fez uma mixagem. Todo o refrão era o arroto mixado. Era mais ou menos assim: Buurp, buurp, burrrrrrp! E no final vinha aquela risadinha da música Triller, sucesso do Michael Jackson. Eu e Val rimos até chorar.
Chegamos a Cochabamba no sábado, famintas. Pegamos um quarto em um Hostal (um hotel mais simples e barato) e tomamos um banho (estávamos precisando, pois até xixi no mato fizemos, mas sorte nossa que foi só isso porque o cheirinho pelo mato lá, indicava que os bolivianos fizeram outras cositas más...eu e Val falamos mieeeerrrda!! kkkk). Depois do banho fomos almoçar e jantar ao mesmo tempo. Eu e Val endoidamos com a câmera na mão. Cochabamba tem umas ruas maravilhosas, umas fachadas fenomenais. A cidade tem arquitetura barroca, é cheia de arcos romanos e pilares, muito charmosa!


Gente, como Cochabamba é linda! Muy hermosa!

Procuramos um restaurante japonês porque estávamos até chorando para comer um sushizinho, mas como estávamos famintas e cansadas de procurar, entramos em um restaurante chinês e não nos arrependemos. Comemos camarão com legumes cozidos e arroz chop-suei (não sei bem se é assim que se escreve). Que cosa, que rico, mui exquisito!!!!!!
Enfim amigos, a Bolívia é incrível, é bela. Que me perdoem os que se fascinam com as luzes de Las Vegas ou com a artificialidade de Dubai, mas aquilo ali é a natureza pura se manifestando. É obra das mãos do criador e glórias a Ele por essa aventura pela América do Sul.

Aspectos religiosos, políticos e citadinos da Bolívia

Como jornalista não pude deixar de fazer alguns registros sobre a Bolívia. Val morria de rir de mim, a cada momento pegava meu bloquinho e disparava a escrever como doida. Como o lugar é interessante e cheio de notícias!

Referendo sobre a Nova Constituição

Em janeiro a Bolívia viveu um momento histórico e decisivo. No dia 25 de janeiro, aniversário da Val, os bolivianos compareceram às urnas e aprovaram a Nova Constituição. Os bolivianos estavam super divididos sobre o assunto. Na parte oriental do país (Santa Cruz, Tarija, Pando e Chuquisaca) prevalecia o não à Nova Constituição. Os comitês cívicos, os empresários, os religiosos, o setor industrial e desenvolvimentista apoiaram campanhas pelo não. Eles alegavam que Evo quer uma Bolívia de 500 anos atrás, com produção de subsistência. A Nova Constituição acaba com as grandes propriedades reduzindo-as a cinco mil hectares para os produtores rurais e 300 ha para os indígenas. Ela também divide o país em 36 regiões indígenas.

Os índios, aliás, poderão se eximir da justiça ordinária, valendo-se da justiça comunitária (seria o retorno do suplício? Não sei).

Mas a briga maior, Evo Morales arrumou mesmo com as igrejas, tanto católicas quanto evangélicas. Evo é ateu e ao fazer juramentos levanta o punho cerrado e jura em nome do deus sol ou de Pachamama (mãe terra), todas divindades incas e collas. Li nos jornais que houve protestos nas praças de Santa Cruz de La Sierra e rolou até umas porradas. É! O povo saiu no soco mesmo!

Na TV havia algumas inserções de propagandas pelo NO à Constituição. Uma era bem apelativa. Ela mostrava a imagem de Evo ao lado de uma imagem de Jesus Cristo e perguntava: “- No dia 25 em quem você vai votar, em Deus ou em Evo Morales?”. Logo depois aparecia a Constituição pegando fogo, o fogo do inferno, vôôôte.....
Ah, antes que eu me esqueça, a nova Constituição permite ao presidente ser reeleito. Antes só era permitido um mandato de cinco anos para presidente. Até que esse Evo Morales é bem danadinho não? Quanto aos americanos do departamento de Luta Contra os Narcóticos que ficavam por aqui...Evo deu um belo pé na bunda deles!
Bem agora vou falar sobre o outro lado da moeda. No ocidente da Bolívia, pelas bandas de Cochabamba, La Paz, Oruro e Potosí, Evo é aclamado pelo povo. Os índios estão amando o governo dele e não é por menos. Jamais na história desse país (opa, de onde conheço esta frase? hehehe) os índios foram tão prestigiados. Eles que foram historicamente extirpados, banidos e discriminados. Todos os muros das cidades ocidentais estavam pixados de SI à Constituição. SI para Evo. Na nova Constituição, aliás, os indígenas passam a ser considerados como cidadãos de primeira classe, com mais direitos que os mestiços.


Eita! Pela manchete percebe-se que Evo gostou de chegar ao poder.


O Trânsito maluco da Bolívia

- Juro, juro mesmo! Não vou mais reclamar do trânsito de Cuiabá. Cuiabá tem o trânsito mais organizado do mundo perto do da Bolívia. Lá o tráfego é uma zona geral. O sistema de preferências não funciona. O que funciona é o seguinte: passa quem colocar a frente do carro primeiro. Toda hora eu pensava que ia ter batida. Mas você deve estar se perguntando: - O que impede isso de acontecer? A buzina é a resposta para essa pergunta. O condutor enfia a frente do carro no espaço que quer seguir e dá uma sonora buzinada para todo mundo saber que é ele quem vai passar, daí ele entra com o resto do veículo e seja o que Deus quiser! Se o outro parar bem, mas se não parar BUM, bate o carro! Por funcionar desta maneira, a buzina rufa o dia e a noite inteira.


O trânsito em alto La Paz. Que zona!

Religiosidade da Idade Média

A população boliviana é extremamente religiosa. As imagens de escultura estão espalhadas por toda parte, até nas estradas têm aquelas casinhas pequenininhas com umas grades e uma estatuetazinha lá dentro. No comércio, nas casas, há santinhos para todo o gosto, alguns parecem até bonecas de criança brincar sabe? Com umas bochechinhas fofinhas, rosadas e até uns brinquinhos na orelha.
Bem vocês devem estar pensando que são apenas os católicos os religiosos. Na-na-ni-na-não. Os índios sempre fazem oferendas de bebida e comida para Patchamama (lembra que eu falei da mãe terra?). Essa coisa de deixar “pro santo” é bem velha né? Bem amigos, espero não ter enfadado vocês, mas sim oferecido um pouco de diversão com as minhas aventuras (e de Val) pela Bolívia. Ainda tem La Paz e Peru viu pessoal?
Nós poderíamos até fazer aquela viagem de avião, tal, desce no aeroporto, vai pro hotel. Mas daí além de ficar dura, que tipo de história iria contar para vocês? Foi tudo bem, foi tudo normal...uáááááá, daria até sono. Beijos meus queridos, que Dios bendiga ustedes e hasta la vista baby!

Das amigas Andrea Godoy (jornalista) e Val Carvalho (turismóloga).

QUE DEUS NOS LIVRE DE GILMAR MENDES - CPT cai matando em ministro, que é contra necessidade do diploma para o exercício do jornalismo. Quem é?

A Coordenação Nacional da CPT diante das manifestações do presidente do STF, Gilmar Mendes, vem a público se manifestar.

No dia 25 de fevereiro, à raiz da morte de quatro seguranças armados de fazendas no Pernambuco e de ocupações de terras no Pontal do Paranapanema, o ministro acusou os movimentos de praticarem ações ilegais e criticou o poder executivo de cometer ato ilícito por repassar recursos públicos para quem, segundo ele, pratica ações ilegais. Cobrou do Ministério Público investigação sobre tais repasses. No dia 4 de março, voltou à carga discordando do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, para quem o repasse de dinheiro público a entidades que "invadem" propriedades públicas ou privadas, como o MST, não deve ser classificado
automaticamente como crime.O ministro, então, anunciou a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do qual ele mesmo é presidente, de recomendar aos tribunais de todo o país que seja dada prioridade a ações sobre conflitos fundiários.

Esta medida de dar prioridade aos conflitos agrários era mais do que necessária. Quem sabe com ela aconteça o julgamento das apelações dos responsáveis pelo massacre de Eldorado de Carajás, (PA), sucedido em 1996; tenha um desfecho o processo do massacre de Corumbiara, (RO), (1995); seja por fim julgada a chacina dos fiscais do Ministério do Trabalho, em Unaí, MG (2004); seja também julgado o massacre de sem terras, em Felisburgo (MG) 2004; o mesmo acontecendo com o arrastado julgamento do assassinato de Irmã Dorothy Stang, em Anapu (PA) no ano de2005, e cuja federalização foi negada pelo STJ, em 2005.

Quem sabe com esta medida possam ser analisados os mais de mil e quinhentos casos de assassinato de trabalhadores do campo. A CPT, com efeito, registrou de 1985 a 2007, 1.117 ocorrências de conflitos com a morte de 1.493 trabalhadores. (Em 2008, ainda dados parciais, são 23 os assassinatos). Destas 1.117 ocorrências, só 85 foram julgadas até hoje, tendo sido condenados 71 executores dos crimes e absolvidos 49 e condenados somente 19 mandantes, dos quais nenhum se encontra preso. Ou aguardam julgamento das apelações em liberdade, ou fugiram da prisão, muitas vezes pela porta da frente, ou morreram.

Causa estranheza, porém, o fato desta medida estar sendo tomada neste momento. A prioridade pedida pelo CNJ será para o conjunto dos conflitos fundiários ou para levantar as ações dos sem terra a fim de incriminá-los? Pelo que se pode deduzir da fala do presidente do STF, "faltam só dois anos para o fim do governo Lula"... e não se pode esperar, "pois estamos falando de mortes" nos parece ser a segunda alternativa, pois conflitos fundiários, seguidos de mortes, são constantes. Alguém já viu, por acaso, este presidente do Supremo se levantar contra a violência que se abate sobre os trabalhadores do campo, ou denunciar a grilagem de terras públicas, ou cobrar medidas contra os fazendeiros que exploram mão-de-obra escrava?

Ao contrário, o ministro vem se mostrando insistentemente zeloso em cobrar do governo as migalhas repassadas aos movimentos que hoje abastecem dezenas de cidades brasileiras com os produtos dos seus assentamentos, que conseguiram, com sua produção, elevar a renda de
diversos municípios, além de suprirem o poder público em ações de educação, de assistência técnica, e em ações comunitárias. O ministro não faz a mesma cobrança em relação ao repasse de vultosos recursos ao agronegócio e às suas entidades de classe.

Pelas intervenções do ministro se deduz que ele vê na organização dos trabalhadores sem terra, sobretudo no MST, uma ameaça constante aos direitos constitucionais.

O ministro Gilmar Mendes não esconde sua parcialidade e de que lado está. Como grande proprietário de terra no Mato Grosso ele é um representante das elites brasileiras, ciosas dos seus privilégios. Para ele e para elas os que valem, são os que impulsionam o "progresso",
embora ao preço do desvio de recursos, da grilagem de terras, da destruição do meio-ambiente, e da exploração da mão de obra em condições análogas às de trabalho escravo. Gilmar Mendes escancara aos olhos da Nação a realidade do poder judiciário que, com raras
exceções, vem colocando o direito à propriedade da terra como um direito absoluto e relativiza a sua função social. O poder judiciário, na maioria das vezes leniente com a classe dominante é agílimo para atender suas demandas contra os pequenos e extremamente lento ou omisso em face das justas reivindicações destes. Exemplo disso foi a veloz libertação do banqueiro Daniel Dantas, também grande latifundiário no Pará, mesmo pesando sobre ele acusações muito sérias, inclusive de tentativa de corrupção.

O Evangelho é incisivo ao denunciar a hipocrisia reinante nas altas esferas do poder: "Ai de vocês, guias cegos, vocês coam um mosquito, mas engolem um camelo" (MT 23,23-24).

Que o Deus de Justiça ilumine nosso País e o livre de juízes como Gilmar Mendes!

Goiânia, 6 de março de 2009.

Dom Xavier Gilles de Maupeou d'Ableiges

Presidente da Comissão Pastoral da Terra